Tecnologia 100% portuguesa vai permitir pagar em lojas com o telefone

Num “futuro próximo” será possível pagar a conta numa loja com o telemóvel, graças a uma tecnologia inovadora “totalmente portuguesa” que promete ao consumidor uma nova forma de pagamento e ao comerciante “mais um instrumento” para “fidelizar” clientes.

em declarações à lusa, a responsável por uma das entidades envolvidas no mobipag, nome do projecto que envolveu universidades, empresas tecnológicas e entidades bancárias, helena leite, explicou que agora falta estabelecer um “modelo de negócio” e a “estandardização” do conceito.

“o mobipag é um projecto de investigação e desenvolvimento tecnológico que criou, desenvolveu e testou, num ambiente piloto, uma tecnologia inovadora para fazer pagamentos com o telemóvel”, definiu a responsável.

segundo helena leite, esta nova forma de pagar bens e serviços já é possível em termos teóricos uma vez que, disse, “tecnologicamente já existem os componentes todos”.

no entanto, apontou, “falta a estandardização, a implementação da tecnologia e definir modelos de negócio com recurso ao mobipag, assim como uma aposta massiva neste sistema”.

mas afinal como funciona? “enquanto consumidor tenho que ter um telemóvel com tecnologia near field communication (nfc) – uma tecnologia de comunicação a curta distância – e depois ter uma aplicação, que ainda não está a ser comercializada”, respondeu.

do lado do comerciante, “é preciso ter tecnologia e capacidade de aceitação desta nova forma de pagamento, mas isso é possível num telemóvel ou na adaptação dos terminais de pagamento à tecnologia nfc”.

mas, advertiu, “isto requer investimentos avultados” daí que tenha sido necessário juntar à tecnologia de pagamento outras “vantagens” para os comerciantes.

“a nossa aposta foi criar uma tecnologia que permita trazer algo de novo. como permitir novos instrumentos para fidelizar clientela. o mobipag consegue isto ao permitir ao comerciante conhecer melhor cada um dos clientes e direcionar as suas ofertas para os vários perfis”, explicou.

sem um limite “obrigatório” para as transacções através do mobipag, helena leite apontou um “segmento” para a aplicação desta tecnologia.

“uma das áreas que identificamos em que havia espaço para esta tecnologia é a área das transações que por norma são feitas em dinheiro, aquelas de baixo valor”, frisou.

o mobipag foi desenvolvido por um consórcio composto pela creativesystems, a cardmobol, a multicert e wintouch, empresas tecnológicas, pela pt inovação e pelas universidades do minho, faculdade de engenharia da universidade do porto e pelo instituto superior técnico.

a parceria envolveu ainda entidades bancárias como os bancos millennium bcp, bes, bpi e caixa geral de depósitos, e as operadoras vodafone, tmn e optimus.

“tal como hoje procuramos nos vidros das lojas se aceitam pagamentos através de visa, mastarcard ou american expresse, no futuro vamos procurar pela tecnologia mobipag”, referiu helena leite.

lusa/sol