PES 2017: os donos da bola estão de volta

Para uns é só mais um jogo de futebol, para os fãs é uma espécie de Bíblia. O i foi experimentar a mais recente edição do Pro Evolution Soccer

Quem não se lembra do delírio provocado pelas primeiras edições de Pro Evolution Soccer, aí por volta do ano de 2003, quando o estatuto do mítico árbitro Pierluigi Collina (cujo rosto aparecia na capa, mesmo sem aparecer no próprio jogo) eclipsava algumas das mais cintilantes estrelas da modalidade? Quem não recorda as gloriosas jogatanas de Pro Evolution Soccer 3 (Konami), ou simplesmente PES 3, provavelmente ou era jovem demais ou passou ao lado de um dos mais intensos jogos de futebol para agora já incrivelmente velhinha PlayStation 2.

Foi justamente nessa altura que o jogo foi equiparado com a realidade e passou a ser visto como muito mais que um mero chuto na bola para entreter. É claro que muito tempo passou entretanto, com a Konami, eterno rival da EA, a assumir proporções gigantescas do alto da sua máquina de produção e do cartel de licenças. Mas desde o ano passado, com a edição do PES 2016, estabeleceu-se uma tábua rasa que eliminou essa diferença. Agora, com este PES 2017, recuperamos aquele fascínio inicial na forma da mais apurada aproximação à realidade. The love for the game is back!

Uma das sensações mais vivas deste PES 2017 é percebermos como a precisão dos passes, dos remates, das fintas e das habilidades funciona com um rigor inédito, mas também com uma personalização individual que celebra a dinâmica do plantel. Tudo graças a uma IA (inteligência artificial) de génio, ainda por cima aliada à mais impressionante mimetização dos jogadores. E antes que alguém pense no argumento da falta de licenças, é bom pensar que toda a atualização está à distância do download de um patch.

Mas é claro que, antes disso, podemos deliciar-nos, por exemplo, com um derby entre Benfica e Sporting, testando a eficácia dos dribles de Grimaldo, a velocidade de Rafa ou a eficácia dos cabeceamentos de Bas Dost ou os remates de Campbell. Sim, nem vale a pena falar de Ronaldos & companhia, das estrelas estratosféricas e dos passes bonitos que todos executam com aparente simplicidade. E também nem vale a pena falar de tudo o que tenha a ver com o Barcelona, afinal de contas, a equipa que domina toda a promoção do jogo.

Depois de um primeiro ensaio com este recém lançado PES 2017, saudamos também todo o novo arranjo gráfico, num decisivo passo em frente relativamente ao jogo do ano passado. E, claro, todas as sensações da Master League e os infinitos arranjos dos teams, propiciados pelo papel dos agentes e olheiros que tratam de atingir os mais incríveis contratos.

Em termos de ambiente visual, repete-se o nível ainda que se note, aqui e ali, alguma falta de detalhe nas bancadas. Por fim, o estilo dos documentários dos ‘suspeitos do costume’ produzem uma nova fatia de realismo. Se bem que, para muitos, a verdadeira razão porque passam horas a fio diante do ecrã de alta definição é para o embate de colossos nos diversos modos online.

[Nota da redação: este teste foi realizado na versão para PS4 – sendo que o PES 2016 está também disponível em PS3, Xbox One e PC.]