A história é simples – e simplesmente cruel para o FC Porto: os dragões nunca ganharam em território inglês. Uma vez, com Mourinho, conseguiram um empate que soube a vitória, é verdade, mas para estas contas, a realidade nua e crua é esta: zero vitórias em terras de sua Majestade. Então, porque haveria de ser diferente hoje, em casa do campeão inglês em título? É que Nuno Espírito Santo acredita, e por vezes, a crença ajuda ao surgimento dos milagres… “A história diz-nos que o FC Porto nunca ganhou em Inglaterra, mas estes momentos são como recordes: para quebrar, para fazer o que ainda não se conseguiu. Nenhum dos nossos jogadores do plantel atual esteve nesses jogos. É um novo dia para ultrapassar os limites”, frisou o treinador portista, mostrando-se contudo consciente das dificuldades que terá de enfrentar: “Nunca nos podemos esquecer que vamos defrontar o campeão da Premier League. A Liga inglesa é das mais competitivas, tem grandes equipas, grandes jogadores e o que o Leicester fez na época passada foi incrível. Conhecemos a qualidade da equipa, os jogadores, a sua força no seu estádio.”
Ora, um desses jogadores é precisamente Islam Slimani, que já tantas vezes feriu o FC Porto quando representava o Sporting – já esta temporada, por exemplo, marcou o golo que significou a primeira derrota dos dragões no campeonato (1-2 à terceira jornada), no último jogo que fez com a camisola leonina. E até Claudio Ranieri, treinador do Leicester, admitiu estar a contar com o conhecimento do bombardeiro argelino em relação ao FC Porto, motivando a reação de Nuno. “Slimani? Conhecemo-lo bem e não o podemos ignorar. É um goleador e temos que o controlar”, assumiu o técnico dos dragões, embora alertando para os perigos que podem chegar de outros lados: “Mas o Leicester não é só Slimani. É Drinkwaker, Vardy, Mahrez, portanto estamos cientes que os temos que travar como equipa.”
Maxi está de volta A entrada do FC Porto na prova foi em falso: um insosso empate 1-1 em casa com os dinamarqueses do Copenhaga. “Não fizemos o melhor jogo”, admitiu ontem Nuno Espírito Santo. Entretanto, após um empate a zero em Tondela e uma vitória caseira no dérbi com o Boavista (3-1), o treinador dos dragões espera hoje ver uma exibição de uma “equipa sustentada durante os 90 minutos”. Na comitiva que seguiu para Inglaterra, uma enorme novidade: Maxi Pereira. O lateral-direito uruguaio foi sendo integrado no grupo ao longo da última semana, depois de ter recuperado da lesão sofrida em Roma, há um mês, e no domingo já treinou sem quaisquer limitações, integrando assim o grupo de 20 jogadores chamados para este jogo. “O Maxi está em condições. Passou por um período de tratamento, mas todos conhecemos o seu valor. Se joga ou não, isso só vou decidir depois do último treino”, sentenciou Nuno. Na lista, destaque ainda para a presença de Rúben Neves, que ficou de fora das opções no dérbi com o Boavista.
Do lado do Leicester, também uma grande novidade: o regresso de Kasper Schmeichel. Ontem, o guarda-redes dinamarquês já trabalhou sem limitações e poderá, se Claudio Ranieri assim o entender, defrontar o FC Porto esta noite. Schmeichel, filho da antiga glória do Sporting, não joga desde o passado dia 14, quando defendeu as redes dos foxes na vitória por 3-0 sobre os belgas do Club Brugge, na estreia absoluta do Leicester na Liga dos Campeões. Desde então, tem sido o alemão Zieler a guardar a baliza do campeão inglês.
