Hotéis. Fátima foi o destino mais barato durante o ano de 2016

Os preços médios em Portugal aumentaram durante 2016. Mas a maior subida verificou-se na cidade do Porto, onde aumentaram 17,81%

Num ano em que a hotelaria portuguesa encerra as contas com um saldo positivo, verificou-se que, a par de um recorde ao nível do turismo, vieram alterações quanto à procura de alguns destinos nacionais, tendências e até evolução de preços. Para surpresa de muitos, Fátima foi durante este ano o destino mais acessível do país, com um custo médio de 56 euros.

As conclusão faz parte do mais recente estudo Trivago Hotel Price Index e mostra que, apesar de ser considerado um dos produtos-estrela do país, Fátima não foi dos locais que mais sofreu alterações na sequência do aumento da procura externa.

No balanço feito pelo motor de busca de hotéis, em ano de recordes, este destino ficou aliás muito abaixo do preço médio registado nos hotéis portugueses em 2016: um valor que se fixou nos 95 euros.

Olhando para trás, o valor que se registou de média dos hotéis nacionais cresceu de 2015 para 2016: um crescimento de 6,30%.

Agosto atinge pico A mesma análise mostra ainda que o mês em que os preços mais subiram foi agosto. A média fixou-se nos 128 euros por noite, o que representa uma subida de 5,79% face ao período homólogo. Uma subida de preços que aconteceu um pouco por todo o país.

Já o destino nacional onde os preços mais aumentaram ao longo de todo o ano foi o Porto. A subida no preço médio fixou-se nos 17,81%, sendo que durante o mês de março chegou mesmo a ser a cidade que registou a maior subida de toda a Europa (30,91%).

O destino mais caro foi Cascais, onde o preço médio por noite foi de cerca de 142 euros. Já em matéria de maior oscilação pode dizer-se que se registou no sul do país: em Albufeira, onde passou de 54 euros em janeiro para 210 no mês de agosto.

Braga, Évora e Guimarães são, por outro lado, as localidades com os preços médios mais constantes de 2016.

Portugal em destaque O aumento de alguns preços e as grandes mudanças nas tendências são, em grande parte, uma consequência do aumento da procura por parte de turistas estrangeiros.

Portugal era, aliás, em abril deste ano, o país da Europa com mais crescimento na setor do turismo. Só para este verão, as reservas tinham aumentado 88% em Lisboa face ao verão de 2015.

E os números falam por si: só nos primeiros sete meses de 2016 recebemos mais de 10,6 milhões de turistas nas cidades portuguesas, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Também os números ligados aos cruzeiros não ficou alheio a esta trajetória ascendente e, em julho, o Porto de Lisboa já registava níveis recorde.

Setor declara fim da crise Portugal continua a somar recordes e expetativas positivas quando o tema é turismo. De acordo com o barómetro setorial, os operadores turísticos não podiam estar mais otimistas na projeção do que serão os próximos seis meses e assumem que o Réveillon, assim como aconteceu no Natal, vai trazer mais receitas, dormidas e turistas do que em igual período do ano passado.

De norte a sul do país, os vários operadores acreditam que tanto a procura externa como o investimento privado deverão subir. No caso do Algarve, por exemplo, Elidério Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), explica que “é preciso ter em atenção que quando se fala em bons números no turismo nem sempre se fala de reflexos diretos para as empresas”, mas, ainda assim, admite que “a procura tem subido”. Para o responsável pela AHETA, falamos mesmo de um crescimento em muito superior ao que era esperado. “Os resultados foram bons e isso reflete-se na taxa de ocupação e no volume de vendas”, esclarece.

A verdade é que as várias regiões do sul do país costumam, todos os anos, entrar na lista de preferências dos portugueses e também de alguns turistas estrangeiros. Sendo 2016 o ano de ouro do turismo, as previsões para fechar o ano não podiam ser melhores.