Atrasos do INEM vão ser avaliados até ao final de março

Governo cria grupo de trabalho para restruturar os Centros de Orientação de Doentes Urgentes. INEM atendeu 1,3 milhões de chamadas em 2016, mais 67 mil do que no ano anterior

O governo criou um grupo de trabalho para estudar a restruturação dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica, I. P., (INEM), que fazem o atendimento das chamadas de emergência recebidas através do 112.

Em causa, revela o “Jornal de Notícias”, estará também um aumento do tempo de resposta nas últimas semanas. Em dezembro, o tempo médio para atendimento das chamadas ultrapassou um minuto (63 segundos), um aumento de 350% face ao mês anterior. O tempo recomendado a nível internacional são sete segundos.

Segundo dados divulgados hoje pelo ministério da saúde, em 2016 o INEM atendeu 1,3 milhões de chamadas de emergência, “um aumento significativo de mais 67.391 chamadas atendidas do que no ano anterior”. O atendimento destas chamadas, que são passadas pela PSP e GNR aos CODU quando há problemas do foro clínico, deu origem à ativação de 1.280.322 meios de emergência, mais de 3500 ocorrências por dia.

Segundo dados fornecidos ao “JN”, em dezembro, mês em que pioraram os tempos de resposta, o total de chamadas para o 112 aumentou 15% face ao mês anterior.

Elaborar diagnóstico e propor soluções

De acordo com o diploma que nomeia o grupo de trabalho, publicado hoje em Diário da República, a avaliação da equipa tem de estar concluída até ao final de março.

A atividade dos CODU foi regulada em 2012 e o governo entende que “quatro anos volvidos desde a implementação desta estratégia, torna-se necessário analisar a adequação dos seus processos internos e dos interfaces com outros elementos essenciais do SIEM, criando condições para aumentar a sua eficiência e qualidade”.

A equipa, que será liderada pelo Diretor do Departamento de Emergência Médica do INEM, terá de elaborar um diagnóstico sobre os atuais constrangimentos com impacto na resposta dos CODU e propor alterações.

A falta de pessoal é um dos problemas já assumidos pelo INEM. Este ano tiveram autorização para contratar 100 técnicos, mas o concurso ainda decorre.