O perigo de derrocada no Bairro Clemente Vicente, onde esta manhã abateu o piso do rés-do-chão num prédio de quatro andares, estava sinalizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil desde julho de 2016. Segundo o i avançou em novembro do ano passado, apesar do alerta, as intervenções para reabilitar a estrutura dos edifícios ainda não tinham começado.
Fonte local confirmou ao i que o prédio que hoje sofreu uma derrocada parcial estava desabitado, sendo que tinham estado no local técnicos de certificação energética. Segundo avançou a “Renascença”, a derrocada fez dois feridos. Uma das vítimas recusou ser transportada para o hospital.
No parecer do LNEC, datado de 16 de julho de 2016, os peritos consideram ser necessária uma “intervenção de reabilitação global e profunda”, em particular nas caves dos edifícios – precisamente o que se verificou hoje no prédio localizado na avenida Ivens.
Nesses locais, recomendou o LNEC, devia proceder-se ao “escoramento urgente das vigas metálicas mais deterioradas”. Ainda assim, os peritos consideravam que esta era uma “medida provisória que não elimina o risco de ocorrência de derrocadas nem sustém o processo de deterioração dos elementos estruturais, mas apenas diminui o risco até à realização das obras de reabilitação”.
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Caso não se optasse por uma intervenção global nos edifícios – e face ao elevado estado de degradação –, o parecer do LNEC recomendava a demolição e reconstrução dos mesmos.
O documento só foi entregue aos moradores a meio de setembro. Começaram então reuniões com o presidente da câmara de Oeiras, Paulo Vistas, para debater o problema. O facto de terem de ser os moradores, a maioria com baixos rendimentos, a assumir os encargos tem demorado o processo.
Neste antigo bairro operário moravam, em 2015, mais de 500 pessoas.