Costa anuncia 450 milhões de euros para as empresas

António Costa veio esta quinta-feira ao Parlamento desmontar a ideia de que o rumo da anterior maioria estava a contribuir para a retoma económica e de que há riscos de derrapagem por causa das suas políticas. Num discurso recheados de dados económicos, o primeiro-ministro tentou mostrar “a bondade da estratégia adotada ” pelo seu Governo.

Costa anuncia 450 milhões de euros para as empresas

Costa aproveitou mesmo para anunciar que, graças à forma como está a ser executado o programa de fundos europeus Portugal 2020, haverá mais dinheiro a chegar às empresas do que estava inicialmente previsto.

"Tendo em conta está aceleração dos pagamentos, o Governo estabeleceu já uma nova meta no sentido de pagar 450 milhões de euros às empresas até final de 2016, o que compara com 309 milhões de euros pagos no período correspondente do QREN", disse o primeiro-ministro no arranque do debate quinzenal na Assembleia da República.

O líder do Executivo diz que a sua equipa deu "prioridade máxima à execução dos fundos comunitários" e que é isso que explica que até ao dia 22 de abril tenham sido pagos às empresas 152 milhões de euros em vez dos 85 milhões de euros que foram pagos no período equivalente do QREN.

A referência não passou despercebida à bancada do PSD, com Luis Montenegro a sublinhar que a comparação abrange o arranque do QREN no Governo de José Sócrates e não a execução no Governo de Passos.

Os resultados aparentes de Passos

António Costa fala mesmo numa melhoria aparente da economia na sequência das políticas de Pedro Passos Coelho. 

"Ao contrário do que a anterior maioria nos quis fazer crer, a melhoria da situação económica em 2015 não era real", afirmou o primeiro-ministro, sublinhando que os dados do segundo semestre de 2015 dão "sinais claros do esgotamento da recuperação".

Costa elencou os resultados que acredita ilustrarem os maus resultados do seu antecessor, falando num crescimento "anémico", em exportações "em clara desaceleração"  no investimento "em queda".

Agora, Costa acredita que as políticas de devolução de rendimentos e promoção do crescimento do seu Governo dão números que mostram a "bondade da estratégia adotada".

"Não obstante as tentativas sucessivas de ameaçar com nuvens negras e a maior incerteza na economia mundial, o que se verifica é uma melhoria dos indicadores de clima económico", afirmou.

Luis Montenegro fala, porém, numa "narrativa" que o atual primeiro-ministro está a tentar montar e diz que a consequência a retirar é que daqui para a frente o Governo não pode imputar culpas à herança do passado.