Economia espanhola resiste à incerteza política

Ainda longe dos 541 dias do recorde mundial estabelecido pela Bélgica entre 2010 e 2011, os espanhóis vivem o seu maior período de instabilidade política desde o fim da ditadura.

Na verdade há Governo e até é em tudo idêntico ao anterior – menos José Manuel Soria, o ministro da Indústria, Energia e Turismo, que não resistiu ao escândalo dos Papéis do Panamá. Mas tem estatuto de interino, o que aliado à incerteza quanto ao futuro pode ter consequências numa economia em recuperação.

O receio foi assumido por alguns dos principais empresários do país, como os banqueiros que lideram o Santander e o BBVA. Mas até agora, à semelhança do que se passou na Bélgica – onde o PIB cresceu ao longo dos quase dois anos sem Governo –, os índices económicos parecem não refletir a crise política: os dados do desemprego no primeiro trimestre do ano, anunciados ontem, indicam que este período tradicionalmente difícil para a criação de emprego foi o melhor desde 2005. Ou seja, houve 11.900 pessoas a cair no desemprego mas esse número é inferior aos registados no mesmo período do ano ao longo da última década.