Presidente do BPI diz que concentração no setor bancário é inevitável

“A diminuição do número de concorrentes é um movimento inexorável, que vai ter avanços e recuos, mas que é uma resposta da economia às exigências a que o setor está sujeito”, defendeu Fernando Ulrich, durante uma conferência sobre o setor bancário organizada pelo Partido Socialista esta terça-feira.

O banqueiro salientou que "neste setor, é claro que há economias de escala muito grandes. E isso consegue-se pela concentração. Menos concorrentes aumenta o peso de cada um dos que ficam. Mas não estou a dizer se é bom ou mau; estou a dizer que é assim".

No debate no Largo do Rato, Fernando Ulrich identificou várias razões para os problemas que o setor atravessa e que afundaram a rentabilidade dos bancos comerciais "de forma significativa".

A começar desde logo pela redução das taxas de juro, que acaba por render menos em créditos aos bancos.

A desalavancagem das economias obrigou a uma redução das carteiras de crédito – “havia que corrigir este excesso", admitiu -, o que levou a uma queda da rentabilidade, ajudada pela "regulação mais exigente em termos de capital e liquidez".

Fernando Ulrich apontou ainda como problemas para a rentabilidade dos bancos as contribuições que há para os vários fundos e a "concorrência dos não-bancos" (empresas tecnológicas que "estão a entrar em determinadas partes do negocio bancário" e que, no futuro, vão obrigar os bancos a investir para não serem ultrapassados).