Costa aposta forte na descentralização em ano de autárquicas

Passos Coelho definiu no Congresso do PSD o objetivo de ganhar as eleições regionais dos Açores em outubro e ser o partido a conquistar mais câmaras e mais freguesias nas autárquicas de 2017. A fasquia é alta, mas António Costa segue-lhe agora as pisadas e estabelece exatamente os mesmos objetivos para o PS na moção…

Costa aposta forte na descentralização em ano de autárquicas

No documento de 34 páginas, o secretário-geral socialista pede “mobilização” aos militantes para esses dois confrontos eleitorais que se advinham e aproveita para pôr a “descentralização” no topo da agenda política do PS.

Como já está previsto no Programa Nacional de Reformas enviado a Bruxelas no final do mês passado, Costa volta a lembrar a importância de aumentar as competências de autarquias e freguesias e a propor o reforço da legitimidade democrática das CCDR e das comunidades intermunicipais, que considera serem os núcleos essenciais de uma estratégia de descentralização do poder.

O líder do PS diz mesmo que essa reforma deve avançar já em 2017, no contexto das eleições autárquicas que se vão disputar no próximo ano.

“Com o PS será finalmente possível dar legitimidade democrática às CCDR e criar verdadeiras autarquias metropolitanas nas grandes áreas urbanas, igualmente dotadas de legitimidade democrática”, lê-se no documento “Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança”, onde se explica que este “processo de legitimação democrática” pode acontecer “com a eleição direta dos órgãos metropolitanos já em 2017, sendo Presidente do órgão executivo o primeiro eleito da lista mais votada”.

É que António Costa acredita que gerir cidades como Lisboa e Porto não se consegue apenas controlando os respetivos municípios. Costa defende que é preciso criar “autarquias metropolitanas” para que decisões que afetem as áreas urbanas mais alargadas sejam tomadas com essa perspetiva de conjunto.

“Criar as autarquias metropolitanas de Lisboa e do Porto e valorizar as comunidades intermunicipais” é uma das orientações estratégicas definidas pelo líder socialista no capítulo da moção dedicado ao poder local e que começa com uma palavra de ordem: “É tempo de levar a sério a ideia de descentralização”.