Guterres já tem 10 adversários na corrida à ONU

António Guterres tem consciência de que «muitos pensam que não é altura de ter um homem da Europa ocidental» na liderança da ONU, mas não vai abrandar o ritmo na tentativa de «fazer render» aquilo que recebeu «ao serviço de quem mais precisa».

Guterres já tem 10 adversários na corrida à ONU

Guterres, que no domingo recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, garantiu que está tranquilo e que tem tido «expressões de grande simpatia e de encorajamento».

O ex-primeiro-ministro já reconheceu várias vezes que «não é fácil» chegar a secretário-geral da ONU. A preferência vai para alguém da Europa do Leste e do sexo feminino. Guterres tem, porém, a seu favor a experiência, nomeadamente o desempenho do cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

 Apesar das contrariedades, Paulo Pisco, coordenador do PS na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, continua convicto de que a candidatura portuguesa «é forte e sólida». «É uma pessoa reconhecida internacionalmente quer pelo seu percurso quer pelo trabalho que fez em várias frentes no âmbito das Nações Unidas. Os apoios que tem vindo a recolher e a visibilidade pública que tem tido são a prova de que a candidatura é extraordinariamente forte», diz ao SOL o deputado socialista.

Paulo Pisco considera, porém, que Portugal está consciente das «dificuldades que existem relativamente à candidatura por causa daquela ideia que tem alguma força de que a próxima secretária-geral possa vir a ser uma mulher». O atual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, termina o mandato no final deste ano, após cinco anos em funções.