Acordo na TAP: Chineses fazem ‘check-in’ em Agosto

Estado e acionistas privados assinaram no último sábado o acordo que permite ao Governo recuperar 50% da TAP. Para isso, os cofres públicos pagam 1,9 milhões de euros.

O acordo acabou por ser assinado meses depois sido assinado o memorando de entendimento entre o Executivo e o consórcio Atlantic Gateway, formado por Humberto Pedrosa e David Neeleman.

Com o entendimento, fica determinado que os chineses da Hainan Airlines entram indiretamente na transportadora aérea já no verão.

E autoriza, numa das cláusulas, a entrada da HNA no capital do consórcio. Num prazo de cinco anos a HNA pode substituir a companhia brasileira Azul no capital da Atlantic Gateway, e para isso apenas é necessário que o Governo português autorize a operação.

«O Estado e a Atlantic Gateway celebraram o Acordo de Compra e Venda de Ações e o Acordo Parassocial e de Compromissos Estratégicos previstos no Memorando de Entendimento para a reconfiguração dos termos e condições da participação do Estado português na TAP», explicou o gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

As relações da HNA com David Neeleman são recentes. Em novembro do ano passado, o grupo tornou-se o maior acionista individual da Azul, a companhia aérea brasileira do também acionista da TAP. O investimento de 450 milhões de dólares na transportadora, por uma participação de 23,7%, permitiu indicar um membro ao conselho de administração.

Quem são os chineses?

O grupo HNA foi criado em 1993 como uma companhia regionalda China, mas bastaram duas décadas para transformar-se num conglomerado gigante. A companhia tem hoje negócios na aviação, na indústria e no turismo, entre outros.

Existem supermercados, bancos e agências de turismo controlados por este grupo chinês, que tem mais de 110 mil funcionários espalhados um pouco por todo o mundo. Em 2014, a empresa conseguiu somar lucros na ordem dos 206 milhões de dólares, 26% mais do que em período homólogo.

Em 2015, a Hainan Airlines já era a maior transportadora aérea privada da China e a quarta maior em dimensão, com uma frota de 561 aviões. A companhia operava, nesta altura, mais de 630 rotas nacionais e internacionais para cerca de 210 cidades em todo o mundo. Também a hotelaria é uma das grandes apostas deste grupo.