num julgamento em que o arguido josé guedes foi absolvido e o co-arguido álvaro joel foi condenado a quatro anos de prisão efectiva por envolvimento em cinco crimes, a pena mais pesada acabou por ser aplicada a fábio faria.
segundo o acórdão, este arguido participou em quatro roubos simples, metade dos crimes por que estava acusado.
durante o julgamento, fábio faria remeteu a sua defesa para o que dissera ao juiz de instrução, perante o qual tinha confirmado o depoimento na pj, mas sublinhou, reiterando-o hoje, que as confissões à polícia foram feitas porque foi «agredido e torturado».
acrescentou que no primeiro interrogatório judicial reafirmou essa confissão seguindo instruções do seu advogado.
à pj, «eu disse aquilo que eles queriam ouvir. eles meteram lá o que lhes apeteceu», afirmou, confirmando que, mesmo assim, assinou quer o depoimento na policia quer o prestado perante o juiz de instrução.
o tribunal acabou por validar esses depoimentos, lidos em tribunal, considerando que as razões que o arguido invocou «não merecem qualquer crédito».
a advogada de fábio, carla ramos coelho, explicou, no final, que “obviamente” vai recorrer do acórdão e referiu que o seu cliente chegou a queixar-se das agressões e atos de tortura que invoca, num inquérito que foi arquivado.
o ‘gang do euromilhões’ estava acusado de duas dezenas de crimes, a maioria roubos simples, em postos de recepção de apostas dos jogos da santa casa e em estações de correios.
os dois condenados são os arguidos que se encontravam em prisão preventiva à ordem do processo e também já cumpriram prisão efectiva por outros assaltos.
os crimes imputados ao grupo ocorreram entre 26 de março e 26 de maio do ano passado. foram detidos em junho seguinte pela pj.
a maioria dos assaltos visaram estações dos ctt, mas o grupo tornou-se mediático sobretudo pelos assaltos que efectuava às sextas-feiras a postos da santa casa, após encerrar o período de registo de apostas do euromilhões.
assaltos destes aconteceram numa papelaria de rio tinto, numa confeitaria de fânzeres e num minimercado de s. pedro da cova, todos no concelho de gondomar.
os assaltantes actuavam encapuzados e de armas em punho, mesmo na presença de clientes.
lusa/sol