Ribeiro e Castro reconhece entraves

O deputado Ribeiro e Castro afirmou hoje que «existe a aspiração e a necessidade» de uma candidatura de direita, alternativa à de Cavaco Silva, que seja o «momento da mudança», mas admitiu que «talvez não existam condições políticas»

«queremos que as próximas presidenciais sejam o momento da mudança. isso não é crise política, isso é clarificação política», disse, afirmando desejar que a eleição do próximo presidente da república seja «o princípio do fim do ciclo da maioria socialista».

num jantar com cerca de 60 pessoas, em lisboa, em que discursou durante cerca de uma hora, ribeiro e castro foi desafiado a protagonizar uma candidatura às eleições presidenciais de 2011, mas no final não quis dizer claramente se é ou não candidato.

«existe esta aspiração, esta necessidade, mas talvez não existam as condições políticas para isso. temos que ser realistas a esse respeito», declarou a meio da intervenção.

«a inércia também existe na política. num país que tem uma regra não escrita do sistema político de que um presidente é presidente por dois mandatos, isto tem uma grande inércia, e é isso que eu detecto mais amplamente na sociedade portuguesa», disse.

assumindo a «aspiração», ribeiro e castro disse também que «não é o único» a poder assumir uma candidatura alternativa, e voltou a frisar que são necessárias «condições pessoais, políticas e financeiras».

as críticas ao mandato do actual presidente da república, cavaco silva, em primeiro lugar por o chefe do estado não ter vetado a consagração do casamento entre homossexuais, dominaram grande parte do discurso do deputado.

ribeiro e castro fez uma análise crítica do mandato do presidente da república também na relação com o governo, afirmando que «já devia ter havido eleições» e que cavaco silva devia ser «mais exigente» com a actual maioria socialista.

«eu acho que se devia ter forçado uma maioria, de iniciativa presidencial ou no quadro parlamentar, que já devíamos ter ido para eleições», declarou.

classificando a existência de uma candidatura do «centro direita» alternativa à de cavaco silva como «um empreendimento com dificuldades», ribeiro e castro defendeu que era preciso uma «nova aliança democrática».

do próximo presidente da república, ribeiro e castro disse esperar que seja «uma voz de comando», um «presidente que presida» e que «não diminua os seus poderes».

«é isso que se lhe pede», afirmou, acrescentando esperar que as presidenciais de 2011 sejam «de mudança» e que contribuam para «uma viragem à direita», marcando «o fim do ciclo do poder socialista», que «não deixa pedra sobre pedra» na família, na justiça e na economia.

no final, instado pelos jornalistas a dizer se tenciona protagonizar a candidatura presidencial para a qual foi desafiado, ribeiro e castro não quis prestar mais declarações, repetindo apenas que há vantagens numa candidatura de centro direita.

lusa / sol