«se há alguém que relativamente ao sector privado da saúde tem uma relação bastante privilegiada e próxima é o governo do ps e o ps. portanto estranhamos as críticas que ontem [sábado] foram feitas», declarou o vice-presidente social-democrata marco antónio costa.
estas declarações surgiram em reacção a críticas da ministra da saúde, ana jorge, e do ex ministro correia de campos sobre o projecto de revisão constitucional do psd para a área da saúde.
marco antónio costa acusou ainda o ps de parecer «um disco riscado» no que respeita à revisão constitucional: «em vez de se apressar a apresentar uma proposta alternativa e a mostrar as suas ideias, insiste numa lógica de lançar suspeitas completamente disparatadas sobre a revisão constitucional que o psd apresentou».
o social-democrata considerou que os governos socialistas têm promovido o crescimento dos operadores provados na saúde, lembrando que representam hoje em dia 40 por cento do sector.
«a prova das boas relações entre o ps e os privados no sector da saúde é o facto de este ano ter sido adjudicado a grupos económicos no sector da saúde três hospitais: loures, vila franca e braga», acrescentou.
marco antónio costa recordou ainda que foi o ex ministro correia de campos a introduzir taxas moderadoras para cirurgias e internamentos, dois actos que não dependem da vontade do doente.
«é uma hipocrisia muito grande por parte do ps relativamente a estes temas da saúde. e todo o discurso que tem sido feito em volta da revisão constitucional do psd revela duas coisas: que o ps tem má consciência sobre a sua governação e que não tem nenhum tipo de proposta para apresentar. está permanentemente em campanha eleitoral em vez de estar a governar o país», declarou.
no sábado, o ps promoveu o ‘fórum saúde – sns – serviço nacional de saúde, um direito, um dever’, onde foram feitas várias críticas às propostas de revisão constitucional dos sociais-democratas.
a ministra ana jorge defendeu que «aqueles que a coberto da livre escolha dizem também defender o sns o que querem na realidade dizer é que o estado deve desviar o dinheiro dos impostos para o financiamento dos estabelecimentos privados».
já correia de campos considerou as ideias do psd como «uma proposta de extinção a prazo do sns».
no seu entender, passos coelho quer «deixar morrer» o sns e assenta este seu objectivo na ideia de que «a gestão privada seria sempre melhor que a pública».
«assim se compreendem as pressões dos apoios a estas ideias, já expressas por agrupamentos do sector privado, alguns até instalados na proximidade do dr. pedro passos coelho. quem assim pensa e procede não está do lado do sns, está contra ele», alertou.
lusa / sol