Sente-se velho? Não culpe os radicais livres

Há cinquenta anos que a Ciência afirma que os radicais livres, uma substâncias que as células humanas produzem diariamente, são ‘culpados’ do envelhecimento, mas uma investigação portuguesa veio agora contrariar esta teoria.

liderada por paula ludovico, do instituto de investigação em ciências da vida e saúde, da escola de ciências da saúde da universidade do minho, a investigação demonstrou que o «aumento da longevidade não está associado a uma menor produção de radicais livres, mas sim a uma maior produção», detalhou a investigadora.

produzidos pelas células humanas durante o seu metabolismo normal, os radicais livres, ou espécies reactivas de oxigénio, tornam-se prejudiciais quando presentes em grandes quantidades e estão associados ao envelhecimento.

a partir de células de levedura, as mais utilizadas enquanto modelo de envelhecimento porque são «as mais simples», a investigação verificou que «existiam condições que aumentavam a longevidade das células e que estavam associadas a uma maior produção de espécies reactivas de oxigénio, nomeadamente o peróxido de oxigénio» (h2o2), explicou paula ludovico.

publicada na edição de 24 de agosto da revista científica norte americana proceedings of the national academy of sciences, a investigação indicou que, afinal, o ‘mau da fita’ é o anião super óxido – outro radical livre também associado ao envelhecimento.

já o «peróxido de oxigénio é benéfico para o aumento da longevidade porque é importante para activar algumas vias de sinalização intracelular», explicou a investigadora.

«o equilíbrio que se estabelece entre estas diferentes espécies reactivas de oxigénio é importante para ditar a maior ou menor longevidade das células e não podemos continuar a seguir a teoria aceite há mais de 50 anos, de que todas as espécies reactivas de oxigénio, todos os radicais livres, são negativas e são as causadoras do envelhecimento», concluiu.

 

sol/lusa