Africa Eco Race: Novo ano com sabor a vitória

O novo ano foi comemorado com sabores marroquinos. Trocámos as 12 passas por uma dúzia de tâmaras para os tradicionais desejos, renovados ano após ano. Às 6 horas da manhã já se ouviam passos, conversas, motores. Em meia hora metade do acampamento estava de pé e a outra parte preparava-se para acompanhar a 4ªespecial rumo…

a representação portuguesa resiste e marca pontos a cada dia que passa. «uma etapa dura, rápida e magnífica» disse elisabete jacinto com a satisfação de quem mantém a liderança na sua categoria. um atraso na partida de um automóvel, beneficiou a corrida com um distanciamento de quatro minutos para o carro da frente o que permitiu à piloto fazer dois terços da corrida «sem pó, sempre a andar bem com um grande ritmo».

ao quilómetro 200 avista-se o rasto de tomas tomecek, num momento empolgante do todo-o-terreno, com uma ultrapassagem gratificante que garantiu uma melhor posição a elisabete jacinto. a parte final da especial foi muito disputada entre dois camiões e dois buggies e surpreendente pela complexidade e pelas inesperadas rampas de pedra, «se eu tivesse olhado para elas duas vezes, se calhar não tinha subido, mas quando dei por mim já estava a lá em cima e foi sempre andar, sem problemas mecânicos», conclui elisabete jacinto cansada mas visivelmente motivada com o decorrer deste rali.

rene medge, o senhor dos ralis raids e membro da organização, assistiu a este momento do helicóptero e exclamou entusiasmado «isto é que é o verdadeiro todo-o-terreno».

para bruno oliveira «foi um dos dias mais difíceis, uma pista cheia de pedra, muita dureza e com uma navegação muito difícil», uma dificuldade atenuada pelo desempenho de manuel rosa que teve que determinar as direcções correctas com «um rigor quase científico». sem grandes riscos, pensando nas etapas que ainda faltam para chegar ao fim, conseguiram subir de posição com um furo pelo caminho, mas sem problemas técnicos e sem nunca perder o rumo certo da 4ªespecial. uma prestação que se traduziu na classificação do top ten dos automóveis, em 10º lugar e garantiu o 2º lugar no troféu wildcat.

mais de 340 km de etapa numa pista paralela ao oued drâa, muito utilizada em anteriores provas do dakar. a ligação de 290 km passou pelo maior mercado de camelos de marrocos em guelmine, conhecida como a porta do deserto. o destino final do primeiro dia do ano teve primeira vez como cenário, o oceano atlântico.

amanhã é dia de descanso, de organização de bagagens, revisões técnicas e mais alguns quilómetros para sul, rumo à última especial feita em marrocos.

o jantar é servido em tendas, com lanternas marroquinas a iluminarem o bivouac com tons quentes e um quadro magnífico que mistura dunas com um mar a perder de vista.

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