uma paisagem singular e traiçoeira para os concorrentes deste rali. para muitos uma das etapas mais difíceis, com pedras que abrandam o ritmo e dunas de areia mole que obrigam a manobras extra e alteram as rotas e as coordenadas de navegação.
elisabete jacinto chegou às 16h30, visivelmente cansada com uma etapa violenta e de uma exigência extrema. chegar a esta hora foi uma vitória, inalcançável em anos anteriores.
o peso de um camião aumenta num terreno como este, muitas dificuldades sentidas ao extremo pela piloto «houve uma altura em que a pista tinha pedregulhos tão grandes que o camião ficou suspenso, tivemos que sair da cabine para tirar o camião, depois entrámos em dunas de areia mole, onde queríamos andar e não conseguíamos. umas passámos bem, mas outras não conseguimos, nunca cavei, nem pus placas mas fiz todas as manobras possíveis e imaginárias».
uma especial caracterizada por um grande desgaste físico para a piloto e uma extrema atenção por parte do navegador josé marques. a partir do quilómetro 300 as contrariedades marcaram o percurso. apesar de todas as dificuldades conseguiram chegar em 2º lugar nos camiões onde mantêm o 2º posição acumulada e o 7º na geral. extenuada, elisabete jacinto confirma vezes sem conta a imprevisibilidade das rotas da mauritânia «tem estas doses de surpresa difíceis de superar, com uma pista que é essencialmente de mão-de-obra». uma especial onde ultrapassaram e foram ultrapassados por tomas tomacek que chegou em 1ºlugar na categoria camiões.
no misto de satisfação e cansaço a piloto portuguesa garante que foi uma boa prova, já que em anos anteriores poderia ser uma etapa pela noite dentro no deserto. cada dia é um degrau que sobe e uma tormenta que se contorna. inquietações e entusiasmo que também traduzem o estado de espírito do navegador de elisabete jacinto.
josé marques garante que foi uma etapa muito complicada a vários níveis «muitas dunas, muito trial, uma navegação muito difícil». encontrar a saída do «mar de dunas» que obriga a alterações de rota foi um dos maiores obstáculos para o navegador, «as dunas são intransponíveis e temos que sair delas, muitas vezes com alterações da rota prevista no road book, mas vamos continuar cada vez melhor até ao final do rali».
uma especial que também foi dura para bruno oliveira, «muita pedra e uma navegação difícil, seguimos certinhos, com o máximo de cuidado com o carro, nunca tivemos que cavar nem pôr placas». jogaram à defesa e conseguiram bons resultados. a dupla que se completa com manuel rosa classificou-se em 8º posição na categoria automóvel e 10º na geral. comedido mas entusiasmado bruno oliveira diz que «até nos vermos livres da mauritânia desconfiamos sempre, mas já estamos em contagem decrescente».