a especial de 203km de tenadi até ghreidat lighjoule começou perto das 9 horas da manhã e apenas 27km depois da partida foram accionados os botões verdes que emitem um sinal gps e que significa que as equipas presenciaram um acidente de um concorrente.
foi o que aconteceu esta manhã a elisabete jacinto e às restantes 3 equipas de camiões, ainda em prova, ao encontrarem o camião de noel essers virado de lado nas dunas. quatro horas passaram, sem prejudicar em tempo os restantes participantes da mesma categoria, à excepção do cansaço e da grande demonstração de solidariedade e espírito de entre ajuda do todo-o-terreno.
mais de 10 pessoas a cavar nas dunas para tentar virar o camião, tentaram pô-lo de pé mas sem sucesso, «depois veio o carro vassoura e conseguiu virá-lo, mas todos ajudaram, desde a equipa do helicóptero, à equipa médica, aos concorrentes» disse elisabete jacinto à chegada.
passadas quatro horas regressaram finalmente à pista e avançaram já cansados para finalizar a última etapa na mauritânia, numa especial que correu bem e sem grandes percalços mas com um cansaço evidente como relata elisabete jacinto «depois de passarmos as dunas e entrarmos naquela pista que adoro fazer, vejo a pala do capacete do marco passar para a frente, ferrado a dormir, estava cansadíssimo e acabei por me rir».
depois de uma semana de mauritânia, a piloto diz que «gostei muito deste rali, teve paisagens lindíssimas, a mauritânia tem de facto paisagens maravilhosas, vou daqui com uma visão diferente, mais verde mas com as mesmas dunas. e não é que hoje percebi que gostava das dunas, daquele stress, daquela guerra com o camião». salienta que «passado aquele choque inicial da surpresa da reacção do camião, se é o camião com o qual tenho que viver, tenho que me adaptar a ele e aperfeiçoar ali umas coisinhas e tirar mais partido», com humor elisabete conclui «o que era bom era ter uma dose destas dunas ao almoço e ao jantar para me aperfeiçoar mas só volto daqui a uma ano, o que é pena.»
com mais de 4 horas de atraso de chegada ao bivouac onde conversámos perto das 23horas, elisabete mostrou-se satisfeita por ter conseguido o 2º lugar na categoria de camiões e a 7º posição na geral com automóveis. objectivos estipulados inicialmente e que aumentam de ano para ano, com os portugueses a destacarem-se no todo-o-terreno mundial.
prova disso foi a dupla açoriana que ultrapassou as suas metas, apesar de todas as dificuldades desta prova explica bruno oliveira, «isto é surpresa atrás de surpresa, o rene medges não nos poupou em nada, mesmo na última etapa de classificação tivemos mais de 100km de dunas e muitas delas difíceis de ultrapassar, é o que distingue esta prova das outras, é das coisas mais duras que existe e estamos muito satisfeitos com os resultados».
bruno oliveira e manuel rosa conseguiram no primeiro africa eco race, o 6º lugar na categoria automóvel, o 8º lugar na geral com camiões e o 2º no troféu wildcat.
tinham apenas um objectivo que era chegar ao fim, mas a determinação e o bom desempenho valeu-lhes mais do que uma chegada a dakar, o bom relacionamento foi essencial para o sucesso deste rally raid disse manuel rosa no final da especial, «tivemos momentos muito duros de grandes sacrifícios, de muita dureza, não é à toa que lhe chamam a corrida mais dura do mundo, porque é efectivamente muito complicada, sobretudo as etapas na mauritânia».
jean louis shlesser conquistou o 1º lugar na categoria automóvel e na geral, depois de ultrapassar jerome pelichet em terreno mauritano.
amanhã segue-se a 12ª e última especial no lago rosa, com uma etapa curta que encerra o africa eco race 2011, num percurso mais leve com uma última ligação à já chamada paris de áfrica, dakar.