em julho e agosto, milhares de israelitas montaram grandes «cidades de tendas» principalmente na emblemática avenida rothschild, em telavive, o epicentro do movimento israelita pela justiça social.
o movimento viu as fileiras engrossadas por milhares de israelitas nova-iorquinos, com dupla nacionalidade, que de visita às famílias passaram as férias acampados nas ruas, passeios e parques de israel.
imediatamente a seguir à última grande manifestação que reuniu cerca de 5% da população (350 mil pessoas nas ruas de telavive e um total de meio milhão por todo o estado de israel) a 3 de setembro, muitos destes manifestantes regressaram a nova iorque e participam agora no protesto ‘occupy wall street’, junto a um dos principais centros financeiros mundiais.
«nova iorque e telavive são próximas, há muitos cidadãos de telavive a viver em nova iorque. muitos deles foram presos e por isso acredito que o protesto das tendas foi inspirador», explica.
segundo este activista «a inspiração funciona nas duas direcções» e nesse sentido espera que «portugueses, israelitas, indianos, americanos e todo o mundo resista em conjunto», afirma.
«é inspirador ver que o movimento está também na índia, em wall street, em são francisco. dá poder às pessoas», sublinha.
telavive é uma das cidades que consta do mapa do movimento global ‘occupy together’ que vai dar lugar a uma manifestação convocada para o próximo sábado, 15 de outubro.
segundo este activista está agendada uma marcha que vai culminar na praça do museu de arte de telavive onde vão ser transmitidas num ecrã gigante e em tempo real as manifestações em outras «frentes» mundiais e entradas via twitter vindas de outros pontos durante o dia pela «mudança global».
«estará a transmitir de todo o mundo e todo o mundo irá ver-nos a nós. milhões de pessoas juntas», salienta, explicando que o mote do evento internacional é «os povos do mundo erguem-se».
o manifesto para a marcha de 15 de outubro em israel alerta contra aquilo que consideram os perigos do sistema capitalista.
«é nosso dever tomar uma posição crítica sobre o governo, o sistema capitalista e a comunicação, até agora mediada entre nós e a realidade. reconhecemos que a mediação está infectada com incontáveis interesses monetários que apenas nos vêem como consumidores. chegámos à conclusão de que não somos ‘capital humano’, ‘força de trabalho’ e não somos audiência».
«por isso tentámos fazer algo nesse espírito», acrescentou o activista que aproveita para sublinhar a importância em «construir o poder da união».
segundo afirma o manifesto, «o sistema económico actual é tudo menos social».
«apenas serve políticos e magnatas. uns poucos fazem milhões de dólares por dia. basta! é tempo de pôr ponto final a este sistema opressor que nos divide e nos vira uns contra os outros. 2011 é o ano em que milhões de cidadãos constroem pontes entre diferenças e unem-se contra o sistema», conclui a mensagem.