«a minha actividade de artista plástica é muito manual, obrigando-me constantemente a lavar as mãos e os sabões existentes no mercado deixavam-me a pele extremamente seca. de início produzia estes sabões para uso pessoal, mas como comecei a ter grande aceitação por parte de pessoas mais próximas, decidi alargar a produção», relata ao sol a empreendedora, formada pela faculdade de belas artes da universidade de lisboa.
os mais jovens interessam-se pelas propriedades naturais e pela ousadia e plasticidade de um simples sabão, os mais velhos rapidamente se tornaram fãs, porque lhes faz recordar tempos idos: «noto que muitas pessoas vêm à procura do sabão olivia por lhes lembrar o sabão que era feito, antigamente, em casa das suas famílias».
sara domingos produziu os primeiros sabões há dois anos e nunca mais parou. à mistura de azeite e água adiciona alfazema, manjericão, rosa, flor de laranjeira e pimentão. mais do que aromas, procura texturas, formas e cor. mas «o perfume intenso da canela acaba por seduzir aqueles que vêm à procura do cheiro», confessa a designer freelancer. «o sabão de carvão vegetal funciona muito bem como esfoliante e o de urtiga é indicado para cabelos oleosos», acrescenta.
um mês para ser produzido
inspira-se na natureza, «na rusticidade dos materiais», quando molda a papa composta à base de azeite – que só depois de um mês de repouso pode ser usada como sabão. até os embrulhos são concebidos manualmente: «a embalagem final é trabalhada dentro duma técnica de estampagem artesanal, que acentua o carácter especial e único do sabão olivia. o atendimento personalizado também ajuda muito. as pessoas estão cansadas dos ritmos alucinantes e da impessoalidade que lhes oferecem hoje em dia». são pormenores que marcam a diferença e cativam um leque variado de clientes.
os sabões podem ser adquiridos no ateliê que tem junto à sé de lisboa, ou pela internet através do email sabaoolivia@gmail.com. para já, sara prefere omitir os dados de facturação e número de sabões vendidos, porque está a trabalhar uma nova estratégia de negócio: «a marca já se encontra registada e agora falta resolver algumas questões burocráticas». assim que esta etapa for ultrapassada, a artista plástica de 39 anos espera aumentar a produção para conseguir chegar a todo o país e começar a exportar.