segundo o jornal inglês, políticos e funcionários estrangeiros que participaram em duas reuniões do g20 em londres, em 2009, viram os seus computadores espiados e os telefonemas interceptados de acordo com instruções dadas pelo governo britânico de então, que era liderado pelo trabalhista gordon brown.
alguns participantes utilizaram cibercafés criados pela secreta britânica e dessa forma expuseram os e-mails. e agentes da norte-americana nsa descodificaram ligações cifradas de londres para moscovo, feitas pelo presidente dmitri medvedev, bem como por outros delegados russos.
clima inquinado
foi neste clima inquinado que o tema da cimeira que mais prometia novidades, a síria, acabou por se esboroar num comunicado repleto de lugares comuns. pouco antes do g8, o secretário da defesa norte-americano chuck hagel revelava que os estados unidos se preparavam para fornecer aviões e mísseis patriot aos rebeldes, através da jordânia.
é que a “linha vermelha” do regime de assad tinha sido ultrapassada (por ter alegadamente usado armas químicas contra a população). além do mais, o senador john mccain encabeçava um movimento para forçar uma zona de exclusão aérea a damasco.
mas vladimir putin, aliado de bashar al-assad, não permitiu que saísse de lough erne “um momento clarificador” para uma síria pós-assad, como era pretensão de cameron e obama.
putin reafirmou que o governo de damasco é o único “legítimo” e lembrou os riscos que estão associados em armar e apoiar os rebeldes “só pode exacerbar a situação”. disse ainda que é inútil acabar com o regime actual, quando não se sabe quem chegaria ao poder – e deu o exemplo dos islamistas que mataram um soldado em londres há semanas.
posição próxima tem o próprio assad. em entrevista ao frankfurter allgemeine zeitung, avisou a europa que os “terroristas vão ganhar experiência em combate e voltar (à europa)”.
de recuo em recuo, cameron deixou cair a ideia de armar os rebeldes. da cimeira saiu apenas a intenção de realizar a adiada cimeira sobre a síria em genebra em setembro ou outubro.
conclusões do g8:
evasão fiscal -> acordo para a partilha mundial de informação fiscal entre os países.
multinacionais -> obrigadas a informar sobre o repatriamento de lucros e onde pagam os impostos sobre estes.
confiança -> líderes declararam que o pior da crise mundial já passou.
ue-eua -> negociações para o maior acordo comercial de sempre arranca já em julho.