Festival: Sines em festa com os amigos

Quarenta e três espectáculos de artistas de Portugal ao Japão, da Índia à Colômbia: o Festival Músicas do Mundo (FMM) olha para trás e festeja o presente. A partir de quinta-feira e até às primeiras horas de dia 28, Sines é a capital da música. E da festa, já agora. «A crise está instalada, mas…

e a pensar nos constrangimentos financeiros, o preço dos bilhetes baixou para dez euros por noite (custando 50 euros o passe para os nove dias), esperando com essa medida atrair mais espectadores. “o nosso público, embora interessado e dinâmico, é na sua maior parte formado por jovens sem capacidade financeira, mais a mais num festival periférico”, justifica o ‘pai’ do festival.

por outro lado, o “grande investimento” – o orçamento ronda os 850 mil euros – que representa o fmm para a autarquia, apesar dos apoios da ue e dos mecenas, não pode deixar de ter um custo para o espectador. “há que consciencializar o público que, se quer que o festival continue, tem de pagar dez euros por noite”. seixas realça ainda que um terço dos concertos tem entrada livre.

castelo abre no castelo

o fmm começa dia 18, no castelo de sines, com o guitarrista português custódio castelo e encerra em festa dupla, já dobrado o sábado, 27: primeiro com o nigeriano femi kuti e o tradicional fogo-de-artifício e depois, já no palco da avenida da praia, com os skip & die. é nesta última formação, mistura de uma sul-africana e de holandeses, a aposta de seixas na vertente festiva. na vertente de uma sonoridade mais estruturada, arrisca os ucranianos dakhabrakha (dia 20).

como femi kuti, outros pesos-pesados como o brasileiro hermeto pascoal, os malianos amadou & mariam, o indiano trilok gurtu, o franco-argelino rachid taha ou os portugueses gaiteiros de lisboa, cristina branco e carlos bica, entre outros, regressam à terra de vasco da gama. é um fmm em modo canal memória? “é a memória das noites felizes de sines, é uma festa de 15 anos com alguns dos nossos amigos mais queridos”, responde o director do festival. mas contrapõe: “a maioria dos grupos nunca veio cá. há um grande sentido de descoberta, que é marca do músicas do mundo”.

cesar.avo@sol.pt