“vai ser visto por muitos como a vitória da contra-revolução. e será um grito de guerra para a irmandade muçulmana recuperar apoiantes”, comentou ao financial times o egípcio mohamed zarea, um activista dos direitos humanos.
o antigo ditador tinha sido condenado a prisão perpétua em junho de 2012 por não ter evitado o banho de sangue dos protestos de 2011. mas interpôs recurso e voltou a ser julgado, mantendo-se detido. mas nesta semana, um juiz decretou a libertação por ter atingido o tempo limite de prisão preventiva; e foi ilibado de outro processo de corrupção. mubarak irá responder a esse julgamento e a outros três processos por corrupção em prisão domiciliária (num hospital militar), com os bens congelados.
enquanto o fantasma da ditadura assombra os egípcios, o governo interino de adli mansur tem feito uma caça sem tréguas à irmandade muçulmana (im). na terça-feira foi detido o guia espiritual mohamed badie, que irá ser julgado por incitação à violência. badie junta-se ao presidente deposto mohamed morsi e a outros três mil militantes presos. no domingo, 38 foram executados numa prisão, segundo o ministro do interior, porque tentaram escapar-se.
baradei acusado de traição
mas não são apenas os irmãos muçulmanos a sofrer a manu militari. o ex-vice-pr mohamed elbaradei foi acusado de traição. o prémio nobel da paz demitiu-se após a intervenção da polícia e do exército para ‘limpar’ os acampamentos pró-morsi.
com o conflito a saldar-se em cerca de mil mortos, entre islamistas, forças de segurança e cristãos perseguidos, a península do sinai voltou a ser palco de actuação dos terroristas. vinte e quatro polícias foram executados após dois autocarros que os transportavam terem sido atacados à granada. aliás, foi registado pelos serviços de espionagem um aumento de comunicações das filiais da al-qaeda no sentido de se desestabilizar a região.