Fonte da direcção do PPE adiantou ao SOL que, nas últimas três semanas, várias sondagens realizadas indicam que os socialistas estavam com uma «ligeira vantagem» face ao PPE, mas desde o início da crise na Crimeia que este tem vindo a subir e já se encontra alguns pontos à frente dos socialistas.
Assim sendo, e a manter-se a tensão naquela zona até Maio, um eurodeputado social-democrata adianta ao SOL que «é possível que o impacto desta crise na Europa central e ocidental possa vir a determinar a vitória do PPE».
As últimas sondagens indicam um empate técnico entre os eurodeputados a eleger no campo do PPE (213) e na Aliança dos Socialistas e Democratas (214). O terceiro maior grupo será o dos Liberais (66), que ultrapassou a Esquerda Unitária (57) nas intenções de voto.
Pela primeira vez, as eleições europeias servirão não só para escolher eurodeputados: além dos 751 eleitos, o presidente da Comissão Europeia será nomeado em função dos resultados eleitorais de Maio.
O sucessor de Barroso: Juncker ou Schulz
Tudo aponta para que a sucessão de Durão Barroso na liderança da Comissão Europeia venha a jogar-se em torno de dois nomes: Jean-Claude Juncker, que conta com o apoio do PSD e do CDS, e será o candidato do PPE caso este saia vencedor destas eleições; e Martins Schulz, apoiado pelos socialistas.
O grego Alexis Tsipras, que reúne o apoio da extrema-esquerda, não terá hipóteses. É que a escolha do próximo presidente da Comissão Europeia tem de ser ratificada pelo Parlamento Europeu. e o nome de Tsipras não tem hipóteses nem com o PPE nem com os socialistas.
Mas as contas não são líquidas e, mesmo que os socialistas obtenham mais deputados, não é certo que Schulz seja o próximo presidente da Comissão. Por exemplo, os trabalhistas britânicos não apoiam a candidatura do alemão.
Também há quem defenda, como o antigo líder da bancada socialista europeia Alan Donnelly, que, em caso de vitória do PPE, não seja Juncker a liderar a Comissão, mas alguém imposto por Angela Merkel, como Christine Lagarde, a directora do FMI.
Com a vitória dos socialistas e se a escolha para a Comissão Europeia acabar por não recair em Schulz, o alemão não tem hipóteses no Conselho Europeu, uma vez que não ocupou o cargo de primeiro-ministro – condição para presidir ao Conselho Europeu.
As hipóteses de Barroso
Nesse caso, a solução para a presidência do Conselho Europeu poderá passar por Juncker, que já foi primeiro-ministro do Luxemburgo. E Durão Barroso passa a ser uma carta fora do baralho.
Já no cenário de uma vitória do PPE nas eleições, Barroso poderá aspirar a ser o próximo presidente do Conselho Europeu, como até o primeiro-ministro Passos Coelho já insinuou no último congresso do PPE, em Dublin: «Não é candidato à próxima Comissão, mas tenho a certeza, José Manuel Durão Barroso, de que o seu conhecimento será muito útil para todos nós no futuro próximo, nas nossas instituições europeias».
O nome do sucessor do ex-primeiro-ministro belga Herman van Rompuy na presidência do Conselho Europeu é da escolha restrita dos 28 primeiros-ministros da UE e não carece de ratificação.