De acordo com as empresas de dispositivos médicos, estas dívidas revelam ainda que os estabelecimentos de saúde nem sequer estão a cumprir a lei dos compromissos imposta pela troika, que previa que os hospitais apenas podiam adquirir serviços e material se tivessem verba em caixa disponível.
A unidade com maior dívida é o Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra os hospitais de Santa Maria e o Pulido Valente, com 25% do total. Também os centros hospitalares de Setúbal, Baixo Alentejo, Médio Tejo, Baixo Vouga, Hospital Distrital de Santarém e a Unidade Local de Saúde do Nordeste estão entre os maiores devedores.
Estas dívidas têm contribuído, garantem os responsáveis da APORMED (que representa cerca de 60% do mercado dos dispositivos médicos) para que algumas empresas do sector tenham de abandonar o mercado português ou desistir do lançamento de novos produtos, o que acaba por “privar os doentes portugueses” de terem acesso a “tecnologias inovadoras”.