Segundo o dirigente sindical Mário Jorge Neves, a reunião marcada para sexta-feira entre os responsáveis do Ministério da Saúde e os sindicatos nada tem a ver com as negociações em curso, mas sim com questões já acordadas anteriormente. «Na sexta-feira, uma comissão tripartida vai discutir medidas relativas a questões negociadas anteriormente e não os problemas que levam agora os médicos à greve», explica o sindicalista.
Entre os assuntos que dividem Paulo Macedo e os sindicatos está o novo código de ética, que proíbe os médicos de receberem presentes dos doentes e de fazerem declarações públicas sobre os hospitais, e a portaria que procedeu à reorganização da rede hospitalar e definiu fecho de vários serviços, incluindo maternidades. A FNAM e a Ordem dos Médicos exigem a revogação daquela portaria e alteração total do código de ética, mas a tutela não cedeu.
«Desde a última reunião, de dia 6 de Junho, o ministro nunca mais disse nada, o que significa que não quer resolver», conclui Mário Jorge, lembrando que por estar em causa uma paralisação não superior a três dias, o Governo nem sequer pode requerer a constituição de uma comissão arbitral para definir outros serviços mínimos, para além dos que estão já definidos na lei.