Na quarta-feira, o Brasil tinha decidido retirar o seu embaixador de Telavive em protesto contra o “uso desproporcional de força” contra o Hamas em Gaza, num conflito que já fez mais de 800 vítimas mortais, a maioria civis.
A reacção inicial de Israel foi branda, com o cônsul-geral em São Paulo a considerar o Brasil como “um amigo” mas a lamentar a posição do país sul-americano.
No entanto, a troca de palavras azedou na quinta-feira quando o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros criticou violentamente o Governo de Dilma Rousseff (na foto). “Este acto lamentável demonstra porque é que o Brasil, um gigante económico e cultural, permanece um anão diplomático”, cita o Jerusalem Post.
E as críticas não ficaram por aqui, com Yigal Palmor, o ministro, a chamar à conversa um ‘trauma’ recente dos brasileiros: “Isto não é futebol. No futebol, quando o jogo termina em empate, dirá que é proporcional, e quando termina em 7-1 é que é desproporcional. Mas, lamento dizer, as coisas não são assim na vida real e sob a lei internacional”.
Sem comentar a ‘boca’ futebolística, o ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, Luiz Alberto Figueiredo, disse que “a haver anões diplomáticos, o Brasil certamente não será um deles”.
“Somos um dos 11 países que mantêm relações diplomáticas com todos os membros das Nações Unidas”, afirmou, numa referência subtil ao facto de Israel não ser reconhecido por 32 países.