"É seguramente uma adversidade o que aconteceu no BES. Como também já dei nota de que é uma adversidade, e grande, para atracção de investimento, aquilo que se passou em outras empresas com responsabilidade, como a PT", frisou Pires de Lima, durante uma visita ao Porto de Setúbal, acreditando que a situação do BES não levará a um recuo no crescimento da economia nacional.
"Mas aquilo que importa registar é a capacidade que a economia portuguesa tem, as empresas têm, de prevalecer, de superar estas adversidades. A economia portuguesa é hoje feita, fundamentalmente, de um tecido de grandes, médias, pequenas, microempresas, novas empresas, que fazem da capacidade de competir a uma escala internacional, o seu principal factor de sucesso", destacou o governante.
Segundo o ministro, tanto os dados do crescimento económico – hoje divulgados -, como os números de criação de emprego e de redução do desemprego, demonstram que esta nova economia, "baseada em gestões idóneas, que fazem da competição a sua principal arma do ponto de vista do crescimento económico, está a prevalecer sobre todos os outros aspectos menos positivos".
Assumindo estar "preocupado" com o que se passou no BES, Pires de Lima preferiu antes valorizar os aspectos positivos da evolução económica nacional.
"Hoje tivemos conhecimento de que a economia portuguesa, apesar de todas estas dificuldades e adversidades, foi uma das economias em todo o espaço europeu que mais cresceu. E é a economia que mais emprego gerou ao longo do último ano. Foi a economia onde a taxa de desemprego mais caiu ao longo dos últimos 18 meses em toda a Europa", salientou o governante.
O ministro da Economia disse ter "fortes motivos de confiança no tecido empresarial português e em todas as empresas a operar em Portugal", para acreditar que "esta trajectória de recuperação económica vai continuar", apesar das dificuldades dos últimos tempos.
Questionado sobre os juros da dívida pública, que baixaram em todos os prazos, e a possível relação com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que demonstram que a economia portuguesa cresceu 0,6% no segundo trimestre face ao primeiro e 0,8% face a igual período de 2013, Pires de Lima congratulou-se com esse facto.
"Os juros têm permanecido baixos, apesar de alguma adversidade que conhecemos na economia portuguesa nos últimos meses. Isso é muito importante, porque há uma separação clara por parte dos investidores, daquilo que é a sustentabilidade da dívida portuguesa, de outros factores que vieram a lume na economia portuguesa no último mês", frisou o ministro.
Além disso, no seu entender, está-se a assistir – a um trajecto que teve de ser reiniciado -, a uma recuperação do mercado de capitais português, o qual "foi muito afectado pela crise" que se viveu ao longo do último mês, nomeadamente no BES e na PT.
"Estamos a trabalhar afincadamente ao nível do Governo, em parceria com o sector privado, com pequenas, médias, grandes empresas, empresas portuguesas, empresas internacionais, para consolidar estes dados de recuperação económica portuguesa, que depois têm uma tradução muito forte, na criação de emprego e na redução do desemprego que, pela primeira vez, em muitos meses, se situou abaixo dos 14% (13,9%), em Junho de 2014", concluiu Pires de Lima.
Lusa/SOL