1992
– É criada a Comunicações Nacionais, SGPS (CN), 'holding' estatal destinada a gerir todas as participações do Estado no sector: CTT, TLP, CPRM e TDP. Neste mesmo ano, dá-se a autonomização das telecomunicações desenvolvidas pelos CTT através da criação da Telecom Portugal, SA, passando os CTT a dedicar-se exclusivamente aos Correios.
1994
– É criado um operador único de telecomunicações em Portugal, que junta, por fusão da Telecom Portugal, dos TLP e da TDP, as empresas do sector detidas pela holding estatal CN – a Portugal Telecom, SA.
1995
– A 1 de Junho é concretizada a primeira fase da privatização da PT, através da passagem para o sector privado de 51,8 milhões de acções (27,26% do seu capital).
1996
– Em Junho realiza-se a segunda fase da privatização, envolvendo 21,74% do capital, com a operadora a ficar privatizada em 49% (93,1 milhões de acções).
1998
– Há 16 anos, a PT realizava o seu primeiro e maior investimento no Brasil, ao comprar em conjunto com a espanhola Telefónica o controlo da Telesp Celular, que foi o primeiro passo para a constituição da operadora de telecomunicações móveis Vivo.
2000
– Dois anos depois da entrada da PT no Brasil ficou concluída a quinta e última fase de privatização da operadora. O Estado fica a deter 500 acções com direitos preferenciais ('golden share') na operadora.
2003
– Em Abril é lançada a marca Vivo no Brasil, empresa que hoje tem mais de 50 milhões de clientes.
2005
– Bruxelas apresenta uma queixa contra o Estado português ao Tribunal de Justiça da União Europeia, alegando que os direitos especiais detidos por Portugal na PT desincentivam os investimentos de outros Estados-membros, violando as regras comunitárias de livre circulação de capitais.
2006
– Sonaecom lança em Fevereiro uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre a PT, no valor de 11,1 mil milhões de euros. Na altura, a PT era presidida por Miguel Horta e Costa. Em Abril, Henrique Granadeiro assume a presidência da empresa.
2007
– A Sonaecom sobe a contrapartida para 11,8 mil milhões de euros em Fevereiro e um mês depois cai a OPA lançada por Belmiro de Azevedo e Paulo Azevedo.
2008
– Bruxelas avança para tribunal contra os direitos especiais do Estado português na PT.
2010
– A 11 de maio, a Telefónica oferece 5,7 mil milhões de euros pelos 50% que a PT detém na Vivo, revendo em alta a proposta para 6,5 mil milhões de euros. Em Junho, na véspera da assembleia-geral da PT, a operadora espanhola volta a aumentar o valor para 7,15 mil milhões de euros.
– A maioria dos accionistas (74%) da PT aceita a oferta, no entanto o Estado usa a 'golden share' para vetar o negócio e a Telefónica alargar o prazo da oferta.
– A 28 de Julho, a PT anuncia a venda da Vivo à Telefónica, que foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração da operadora portuguesa, e a entrada no capital da brasileira Oi.
2011
– Em 26 de Julho, o Estado português deixa de ter acções com direitos preferenciais na PT, cumprindo o exigido por Bruxelas.
2013
– Em 2 de Outubro, as operadoras de telecomunicações Portugal Telecom e Oi (Brasil) assinaram um acordo de intenções para a fusão das duas empresas, e das holdings da operadora brasileira, constituindo uma entidade única liderada por Zeinal Bava. A nova empresa, por agora denominada de CorpCo, só avançará depois de a fusão ser aprovada por todos os accionistas das operadoras e da realização de um aumento de capital.
– Os responsáveis das operadoras esperavam que o processo estivesse concluído no primeiro semestre de 2014.
2014
– A Autoridade da Concorrência confirmou a 20 de Março que tinha aprovado a fusão entre as duas empresas.
– A 27 de Março as assembleias-gerais da PT e Oi aprovam o aumento de capital, sendo que a 5 de Maio a PT transferiu os seus activos para a operadora brasileira, como o previsto no processo de fusão das duas empresas.
– Na sequência da crise ligada ao BES, accionista de referência da PT, e ao Grupo Espírito Santo (GES), a PT é envolvida no processo, vindo a esclarecer, a 30 de Junho, que tinha subscrito, através de duas subsidiárias, um total de 897 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, empresa do GES, montante que vencia em meados de Julho. No início desse mês, dois representantes da Oi na administração da PT, Otávio Azevedo e Fernando Magalhães Portella, renunciaram aos seus cargos, tendo o primeiro confirmado à imprensa brasileira que saiu devido ao investimento feito pela empresa no Grupo Espírito Santo.
– A 3 de Julho, a Oi comunica ao mercado que desconhece o investimento da PT no papel comercial da Rioforte e pede esclarecimentos adicionais à operadora portuguesa. Entretanto, a Rioforte não consegue reembolsar os quase 900 milhões de euros que deve à PT, pelo que o acordo de fusão com a Oi é alterado em meados de Julho, fragilizando a situação da empresa portuguesa.
– A 29 de Julho, é anunciado que o presidente executivo e 'chairman' da PT, Henrique Granadeiro já não fará parte do conselho de administração da nova empresa resultante da fusão, cujo acordo inicial previa que seria vice-presidente.
– A 06 de agosto, o ministro da Economia, António Pires de Lima, classifica como inexplicáveis os acontecimentos relativos ao BES e PT e admitiu que a situação teve repercussões na reputação do país. Um dia depois Henrique Granadeiro demite-se de todos os cargos que ocupa na empresa. Na mesma data, a administração da PT esclarece que as aplicações no papel comercial da Rioforte não foram aprovadas nem discutidas pelo conselho de administração e comissão executiva da operadora.
– A 9 de Agosto é anunciado que Armando Rodrigues Cabral Almeida é o novo presidente do conselho de administração da PT Portugal, substituindo Zeinal Bava no cargo.
– A 14 de Agosto, a PT admitiu não conseguir obter o pagamento dos quase 900 milhões de euros que a Rioforte deve à empresa e alerta que isso terá impacto significativo na "situação financeira e liquidez" da empresa.
– A 26 de Agosto, a PT admitiu que no final do ano passado tinha uma concentração de depósitos e aplicações de tesouraria no Grupo Espírito Santo (GES)/Banco Espírito Santo (BES).
– A 8 de Setembro, os accionistas da PT aprovam o novo acordo com a brasileira Oi, com 98,25% dos votos do capital representado.
– Um mês de depois da aprovação do novo acordo de fusão, o presidente executivo da Oi demite-se do cargo, ainda no rescaldo das aplicações financeiras da PT na Rioforte. A saída coincide com notícias sobre o interesse do grupo francês Altice em comprar à Oi a operadora portuguesa e o relatório de auditoria da PT de Julho que arrasa a gestão de Bava e Granadeiro.
Lusa/SOL