Durante o período analisado, as instituições bancárias sofreram um rombo de 15,5 milhões de euros graças ao uso dos chamados “cartões opacos”. Um caso que “revolve o estômago” ao ministro da Economia, Luis de Guindos, mais a mais porque envolve um banco nascido da fusão de cajas, entre elas a Caja Madrid, que estavam em insolvência, e que recebeu 22 mil milhões de euros de ajudas do Estado espanhol.
Uma catadupa de demissões e destituições foi a primeira consequência do relatório da Procuradoria Anticorrupção. O conselheiro pessoal de Felipe VI e ex-chefe da Casa do Rei Rafael Spottorno, o secretário-geral da UGT em Madrid José Ricardo Martínez, o director de Economia da Comunidade de Madrid Pablo Abejas, o chefe de gabinete do secretário de Estado do Tesouro José Buenaventura são alguns exemplos de um escândalo que mancha de forma transversal banqueiros, partidos e sindicatos, uma vez que parte da equipa da administração e dos conselheiros era designada pelo PSOE, PP e IU, bem como pelas centrais sindicais UGT e CCOO.
Mas o caso não fica por aqui: os antigos presidentes da Caja Madrid Miguel Blesa e Rodrigo Rato, bem como o antigo director-geral e responsável pela gestão dos cartões Ildefonso Sánchez, terão de responder em tribunal, já na próxima quinta-feira, por suspeita de apropriação ilícita.
Os gastos pessoais de Blesa ultrapassaram os 436 mil euros (média anual de 54.600 euros), dos quais, por exemplo, 10 mil em vinho ou 9 mil numa viagem. Outros preferiram usar o cartão para levantar dinheiro. É o caso de Moral Santín, que foi vice-presidente da Caja Madrid. Este antigo dirigente da Izquierda Unida (expulso em 2012) levantou mais de 450 mil euros das caixas automáticas.