Apesar do voto ser obrigatório para maiores de 18 anos, a abstenção foi de 21%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.
O PSDB, não obstante a derrota nacional, teve a maior votação até hoje.
Aécio foi o primeiro a dirigir-se aos brasileiros. Num discurso de pouco mais de cinco minutos, o Senador começou por informar que já tinha felicitado por telefone a sua adversária desejando-lhe “sucesso na condução do seu governo”. O candidato garantiu ainda que “a maior das prioridades deve ser unir o Brasil”, agora que se sente “mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nunca”. O ex-governador de Minas Gerais dirigiu ainda um agradecimento especial aos eleitores do estado de São Paulo, o conservador maior colégio eleitoral do país que lhe renovou a vitória, já que é o estado que “retrata de forma mais clara o sentimento expresso nestas eleições”.
Minutos depois, a Presidente da República Federativa do Brasil reeleita falava à nação, a partir de Brasília. Dilma Rousseff assumiu que no próximo mandato o país se deve mobilizar no sentido de fazer aprovar uma reforma política, “responsabilidade constitucional do Congresso” que recusou há um ano atrás uma proposta de reforma política. Para isso, a chefe de Estado disse que a proposta deve ser apresentada em consulta popular, através de referendo.
Dilma Rousseff deu ainda contas das mudanças de estilo e de governação que devem nortear a governação do país nos próximos quatro anos. Sinalizou a abertura e a disponibilidade para o diálogo com as demais forças políticas e a sociedade civil. “A palavra mais repetida, mais dita, mais falada, mais dominante, foi mudança. O tema mais amplamente invocado foi reforma. Sou eu que estou sendo reconduzida para a Presidência para fazer grandes mudanças que a sociedade brasileira exigiu”, afirmou.
“Estou pronta para responder a esta convocatória. Direi sim a este sentimento que vem do mais profundo da alma brasileira. Sei da força e das limitações que tem qualquer presidente. Sei também do poder que cada presidente tem para liderar as causas populares. E eu farei isso. Estou disposta a abrir a um grande espaço de diálogo com todos os sectores da sociedade para encontrar as soluções mais rápidas para os nosso problemas”, acrescentou. “Vamos encontrar força e legitimidade exigidas neste momento de transformação”, assegurou.
Admitindo estar “mais serena e mais madura para a tarefa que me delegaram”, Dilma Rousseff frisou ainda que “quando uma reeleição se consuma, ela deva ser entendida como um voto de esperança dado para a maioria do governo. Foi o que eu escutei nas urnas. Quero ser uma presidente muito melhor do que fui até agora. Quero ser uma pessoa ainda melhor do que tenho me esforçado para ser. Esse sentimento de superação deve não apenas impulsionar o governo e a minha pessoa, mas toda a nação”, disse, no que é entendido como um desafio a Aécio Neves e ao PSDB para entendimentos futuros no Congresso e no Senado brasileiros.
A chefe de Estado reeleita sinalizou ainda o “compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo as instituições de controlo” e garantiu que irá dar “mais impulso à actividade económica”.
“Sei da responsabilidade que pesa sobre os meus ombros. Vamos construir um país mais inclusivo, mais moderno, mais produtivo. Um país da solidariedade e da produtividade”, finalizou, ao lado de Lula da Silva.