O líder parlamentar do PS porém diz que estudou o assunto e que detecta uma mudança de posição de Cavaco. “Estranho que o Presidente da República tenha agora um discurso definitivo sobre o cumprimento da lei quando o ano passado pediu para antecipar eleições”, afirma Ferro Rodrigues. Uma referência à tentativa que Cavaco fez no Verão quente de 2013, em plena crise governativa, suscitada pela demissão de Paulo Portas, para que António José Seguro, então líder do PS, e Passos Coelho se entendessem em matérias estruturantes para o país. Contemplando a hipótese de antecipar as legislativas. Seguro acabou por não aceitar.
Hoje, Cavaco Silva , no final de uma visita a Borba e Estremoz, resolveu dar respostas a "alguns políticos" que o haviam criticado. Disse que deviam fazer "o trabalho de casa" antes de falarem de "certos assuntos". Na mira do PR estavam Ferro Rodrigues e Vieira da Silva, dois socialistas que haviam criticado o PR por, em entrevista ao Expresso, ter deixado claro que não anteciparia as legislativas.
Ferro Rodrigues, reagiu à entrevista, dizendo que o "bom senso está ausente ao mais alto nível". Já Vieira da Silva, vice-presidente da bancada socialista afirmou que o PR “escolheu mais uma vez estar de acordo com o Governo”.
Na entrevista ao Expresso, Cavaco Silva distingue claramente o pedido de antecipação de eleições em 2015, daquela que ele próprio sugeriu no Verão de 2013. Há um ano, estava em causa “uma grave crise política”, justifica. Agora, sem a existência de crise, Cavaco considera que não tem poderes para antecipar o acto eleitoral. A não ser que os partidos mudem a lei.
"Se a Assembleia da República não mudar a lei eleitoral que aprovou em 1999 e se não ocorrer uma grave crise política que ponha em causa a governabilidade, então as próximas eleições legislativas terão lugar em 2015, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro", sentenciou o PR.
*com Lusa