Nas missivas, o banco anuncia aos trabalhadores que “não tem condições, a partir de hoje, para assegurar o seu posto de trabalho", classificando os destinatários como "excedentários", avança a Febase.
A Federação de Sindicatos solicitou já uma reunião com “carácter de urgência” à administração do BCP.
A comunicação com os trabalhadores surge na sequência do processo de reestruturação em curso neste banco, que prevê rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas.
Na última conferência de imprensa, realizada a 28 de Outubro para divulgação dos resultados do terceiro trimestre, Nuno Amado recordou a redução média de 6% nos salários dos funcionários da instituição.
Esta redução só terá efeito no terceiro trimestre deste ano e reflectir-se-á nos custos com o pessoal de 2015, quando comparados com os de 2014.
“É uma redução temporária, acordada com os sindicatos, que foram extremamente responsáveis neste processo para defender o emprego. Não é uma decisão só do banco, é compartilhada com os sindicatos”.
Já quanto ao “processo de redução adicional de quadro” disse haver “um compromisso com Bruxelas, devido ao apoio do Estado em 2012, de não mais de 7 500 pessoas. Esse processo está bem encaminhado. Há um número alargado de propostas de adesão voluntária dos colaboradores às ofertas genéricas [que o banco tem] disponíveis”, afirmou Nuno Amado.
O presidente da instituição acrescentou: “Estamos já na fase de aceitar uma parte relevante desses pedidos. Não podemos aceitar todos por motivos óbvios, porque há funções que não podem ser substituídas eternamente. Depois faremos um processo adicional de reformas antecipadas adicionais e rescisões de mútuo acordo, com base nas condições que são conhecidas e que eu penso que são bastante generosas para a actual situação”.
De acordo com a última apresentação de contas, o BCP tinha 8266 funcionários em Setembro de 2014, menos 437 face ao mesmo período de 2013.
O banco terá que dispensar mais 766 colaboradores até 2017 para cumprir as exigências de Bruxelas.