Ignorando o rótulo de “imperador dos Estados Unidos”, como lhe chamou o senador republicano Jeff Sessions, do Alabama, que tem liderado o coro de críticas às acções do Presidente, acusando-o de ultrapassar os seus limites constitucionais, Barack Obama anunciou que os imigrantes que vivam há pelo menos cinco anos nos EUA, com registo criminal limpo, podem pedir autorizações de trabalho e evitar a deportação.
A medida, avançada ontem pelos media norte-americanos, beneficia até quatro milhões de clandestinos. Obama facilita ainda a integração de outro milhão de imigrantes, os dreamers (sonhadores), pessoas que entraram ilegalmente nos EUA quando menores.
A promessa de legalizar os imigrantes era antiga, mas as medidas anunciadas por Obama são temporárias: segundo o sistema norte-americano, as 'ordens executivas' têm força de lei mas não são permanentes, podendo ser alteradas pelo Congresso, eliminadas pelo Tribunal Constitucional (se consideradas inconstitucionais) ou anuladas pelo próximo PR dos EUA. Para se proteger dos mais óbvios ataques republicanos, Obama não incluiu neste pacote o acesso a programas de saúde gratuitos para os imigrantes.