Num comício realizado num centro de desportos na periferia de Atenas, Samaras afirmou que uma vez concluída a avaliação do programa de resgate, a Grécia receberá o crédito reforçado acordado com os parceiros, fundos do denominado plano Juncker, e beneficiará da compra de títulos de dívida anunciada na quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).
O primeiro-ministro assegurou que a coligação de esquerda Syriza, pelo contrário, disse “não ao dinheiro, não aos investimentos e não aos sonhos dos jovens que esperam um trabalho através deste investimento”.
Num discurso inflamado, mostrou-se seguro da vitória frente às previsões das sondagens de opinião, que dão uma clara vantagem ao Syriza, entre quatro e oito pontos.
“Antes era um milhão em Syntagma, agora são cinco mil num pavilhão”, comentou um taxista a caminho do pavilhão desportivo de taekwondo, que integra o complexo olímpico de Atenas onde se realizou o comício.
Com uma hora e meia de atraso, o primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, entrou apressado no pavilhão, rodeado pelo azul e branco das bandeiras da Grécia e recebido por ruidosas buzinas.
No palco lia-se a frase “Nova Democracia: Responsabilidade”.
Numa das bancadas concentraram-se as juventudes da ND, que tentam animar um pavilhão cheio, com as suas t-shirts laranjas, os seus megafones e as suas coreografias de apoio.
À entrada do pavilhão, Angelina, de 28 anos, distribuía propaganda eleitoral.
“Espero que a ND fique em primeiro lugar. Ainda há muitas pessoas indecisas, pelo futuro do meu país espero que Samaras continue a governar a Grécia. Acho que Samaras vai trabalhar ainda mais”.
Ao fundo, o líder grego iniciava o seu discurso, com uma voz rouca, mas que suscitou uma enorme ovação.
“Estou com muito medo se o Syrisa vencer. Não vão dar ao povo o que prometem porque não podem. Estou com medo do futuro. Não podem, não têm experiência e a Grécia pode sair da Europa”, declarou.
O político sublinhou que “um país só é forte se não necessita de créditos” e assegurou que o Syriza “virará toda a Europa contra a Grécia”.
“Em dois anos devolveremos a totalidades dos cortes (…)”, disse, em alusão às reduções salariais impostas nos últimos anos que o Tribunal Supremo Administrativo declarou improcedente.
“Não haverá mais reduções”, disse, referindo ainda que as “injustiças” que tiveram de ser cometidas serão progressivamente eliminadas.
Samaras disse ainda que se o Syriza vencer as eleições, a Grécia vai-se tornar uma segunda Venezuela ou Coreia do Norte, sem fronteiras seguras e abrindo as portas para a imigração ilegal.
Lusa/ SOL