"Hoje foi derrotada a Grécia das elites, dos oligarcas e dos anti-democratas. Hoje venceu a Grécia que trabalha, do amor, do conhecimento, da cultura”, disse na Praça Syntagma, no centro de Atenas.
O Syriza, contabilizados cerca de dois terços dos votos, obteve cerca de 36% dos votos contra os 28% da Nova Democracia do ainda primeiro-ministro conservador Antonis Samaras, que já reconheceu a derrota e felicitou o rival. O partido nazi Aurora Dourada terá sido a terceira força mais votada com 6,3% dos escrutínios, seguido do centrista To Potami, que com 5,9% dos votos admite coligar-se com o Syriza, e os comunistas do KKE, com 5,4%.
"Hoje o povo grego escreveu história. A esperança escreveu história”, considerou Tsipras. “O povo grego transmitiu hoje uma mensagem clara: um mandato incontestável. A Grécia vira a página. A Grécia deixa para trás a austeridade, o medo e a prepotência” e "5 anos de humilhação e dor".
"O veredicto do povo grego significa o fim da troika", sublinhou, declarando que a vitória dos gregos "é a de todos os povos da Europa".
O líder disse que “amanhã”, depois da euforia, começa o “trabalho árduo”. Mas com uma nota de optimismo: "O novo Governo grego vai desmentir todas as Cassandras que se encontram no estrangeiro. Não haverá a catástrofe mas também não vamos continuar a submetermo-nos".
"A nossa prioridade, a partir de amanhã, será darmos resposta às grandes feridas que a crise abriu, restabelecer a justiça, acabar com o regime de corrupção, promover reformas de grande dimensão na administração pública", disse, declarando ainda ser prioritário que os gregos “recuperem a dignidade perdida”.
“Adeus austeridade”, disse o futuro primeiro-ministro grego no final do discurso.
Horas antes, o líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, disse entrega a Tsipras "um país sem défice", e que sai "de consciência tranquila".
"Entrego um país que é parte da União Europeia e do euro. Para o bem deste país, espero que o próximo Governo mantenha o que foi alcançado", acrescentou ainda o líder conservador.