Durante a cerimónia, no Museu do Fado, em Lisboa, Cavaco Silva disse que "a capacidade de renovação do fado é visível no aumento vertiginoso do número de discos editados e vendidos, de espectáculos produzidos e esgotados, de prémios conquistados". Ao mesmo tempo, o Presidente da República realçou o "contributo inestimável para a divulgação da cultura e para a projecção de Portugal no exterior".
Saiba mais sobre estes cinco artistas e, claro, ouça-os.
Ana Moura
Foi descoberta pela fadista Maria da Fé, numa noite de fados e gravou os primeiros discos com o produtor e músico Jorge Fernando. “Desfado”, o seu mais recente álbum de estúdio, foi considerado pelo Sunday Times, do Reino Unido, o melhor álbum de 2013 na área da "world music". A versão ao vivo do mesmo álbum, gravado no Festival "Aqui mora o fado", de 2013, valeu-lhe um Prémio Amália. A fadista teve já oportunidade de gravar com Prince e cantar com os The Rolling Stones.
Katia Guerreiro
Nasceu na Vanderbijlpark, na República Sul-Africana, embora tenha vivido a sua infância nos Açores. Licenciou-se em Medicina em Lisboa, onde fez parte da Tuna Médica e do grupo de teatro Miguel Torga. Lançou-se no fado graças aos músicos Paulo Parreira e José Mário Veiga. A fadista canta há cerca de 15 anos e, para além de ter sido feita comendadora da Ordem do Infante D. Henrique, conta com um Prémio Amália Melhor Intérprete.
Carminho
Começou por cantar na casa de fados gerida pela mãe, a fadista Teresa Siqueira, a Taverna do Embuçado, em Alfama. Em 2005 ganhou o Prémio Amália Revelação e, em 2012, recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete. O primeiro álbum, "Fado", foi editado em 2009, com produção do músico Diogo Clemente, que tinha já produzido álbuns de Raquel Tavares e Mariza. Em 2011 gravou um dueto com o cantor espanhol Pablo Alborán e o tema "Perdonáme", pertencente ao álbum “acústico” liderou um dos top de vendas em Espanha.
Ricardo Ribeiro
O intérprete de "Destino marcado", já foi distinguido com dois prémios Amália – Revelação, em 2005, e Melhor Intérprete, em 2010. Tem colaborado com músicos como Pedro Jóia, Rabih Abou-Khalil e Olga Cerpa. Lançou o seu primeiro álbum de estúdio em 2000, "No reino do fado", tendo editado outros três, o mais recente intitulado "Largo da Memória".
Leia aqui a entrevista do fadista ao SOL.
Mário Pacheco
Filho do guitarrista com o mesmo nome, dirige actualmente o Clube de Fado, em Alfama. Começou por tocar viola e guitarra portuguesa, tendo já acompanhado grandes nomes do fado como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Max, Tristão da Silva, e mais recentemente Camané e Mísia. Como compositor, é autor de "Cavaleiro monge", tema interpretado por Mariza.
Criada em 1960, a Ordem do Infante D. Henrique tem o propósito de distinguir personalidades que tenham prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores.
Vários fadistas receberam já esta distinção, nomeadamente Amália Rodrigues, Mariza e Mísia. Em 2013, Cavaco Silva condecorou, no Palácio de Belém, com a mesma comenda, os fadistas Argentina Santos e Vicente da Câmara e o guitarrista e compositor de fado Carlos Gonçalves.
*com Lusa
