Parlamento Europeu reabre investigação aos voos da CIA

O Parlamento Europeu decidiu hoje de manhã retomar as investigações sobre os voos da CIA – apurou o SOL junto de fontes ligadas àquele órgão legislativo, reunido em Estrasburgo. O Parlamento deu o prazo de um ano à comissão para obter as conclusões.

A decisão de retomar as investigações “sobre as alegações de transporte e detenção ilegal de prisioneiros em países europeus pela CIA” foi tomada “à luz dos novos factos revelados no relatório do Senado norte-americano”, segundo revelaram as mesmas fontes.

Na resolução hoje aprovada pelo Parlamento Europeu (por 363 votos a favor, 290 contra e 48 abstenções), destaca-se que o referido relatório “revela novos factos que reforçam as alegações de que um conjunto de Estados-membros da União Europeia, respectivas autoridades, funcionários e agentes dos serviços de segurança e de informação foram cúmplices do programa de detenção secreta e de entregas extraordinárias da CIA”. O que segundo a mesma resolução, terá sucedido “por vezes de forma corrupta, baseada em subornos significativos fornecidos pela CIA em troca da sua cooperação”.

O relatório nos EUA incidiu “sobre a utilização de tortura pela CIA após os atentados terroristas de 11 de Setembro” de 2001 e hoje “os eurodeputados reiteram também o seu apelo aos Estados-membros para investigarem as alegações e levarem a julgamento os envolvidos nestas operações, para pôr termo à impunidade”.

“À luz das novas provas, o Parlamento Europeu encarrega a Comissão Parlamentar das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos, em conjunto com a Comissão dos Assuntos Externos e a Subcomissão dos Direitos Humanos, de retomar o inquérito”, de acordo com a decisão de hoje em Estrasburgo.

Em causa estão “as alegações de transporte e detenção ilegal de prisioneiros em países europeus pela CIA”, tendo sido decidido que haverá lugar a uma informação ao plenário no prazo de um ano”, acrescenta a mesma resolução, a que o SOL teve acesso.