A contabilização é feita através da recolha de notícias divulgadas nos órgãos de comunicação social. Por isso, "apesar de muito elevado, este número peca por defeito", estima Bruno Brito, gestor da rede, pois há casos que podem permanecer no anonimato.
O objectivo da APAV é ajudar os familiares e amigos destes portugueses, através de apoio informativo, jurídico, social e emocional, tal como já faz para as vítimas nacionais. Mas neste momento, ainda estão em curso os primeiros contactos com o Ministério dos Negócios Estrangeiros para agilizar estes procedimentos. "As vítimas podem ser turistas, emigrantes ou cidadãos com nacionalidade portuguesa mas que nunca viveram cá", explica Bruno Brito, acrescentando que só no caso de 11 vítimas foi possível encontrar família em Portugal.
A Venezuela surge no topo da lista dos países onde há mais vítimas portuguesas, com seis casos, seguindo-se Angola, com cinco, e Brasil e França com quatro. A maior parte dos crimes identificados são patrimoniais (10), ou seja, furtos e roubos, seguindo-se a violência doméstica (5). Nos outros 18 crimes não foi possível apurar o contexto do crime.
Segundo o relatório da APAV, a arma de fogo foi a mais utilizada, e a maioria dos crimes ocorreram na via pública. Apesar de na maioria dos casos não ser possível identificar a relação entre a vítima e o agressor, em quatro crimes a APAV conseguiu apurar que havia uma relação conjugal ou ex-conjugal. Mas a maioria das vítimas são homens (27), com idades entre os 36 e os 50 anos.
