No questionário, realizado no final do primeiro trimestre, o regulador inclui questões relacionadas com o impacto do programa alargado de compra de activos do Banco Central Europeu (BCE) nos diversos aspectos da actividade dos bancos nos últimos seis meses e as perspectivas para o próximo semestre.
Uma das questões do inquérito pretendeu avaliar de que forma a “bazuca” do BCE afectou o comportamento das instituições inquiridas na concessão de crédito. À excepção de um único banco, as respostas mostram que o impacto é, para já, pouco significativo.
“Quer nos últimos seis meses quer para os próximos seis meses, apenas uma instituição reportou um impacto no sentido de uma menor restritividade quer nos critérios de concessão de crédito quer nos termos e condições”.
Nos termos e condições da concessão de financiamento, uma outra entidade bancária indica “melhorias”, ainda que “ligeiras”, quer nos últimos seis meses quer para os próximos seis.
O Banco de Portugal tentou ainda perceber de que forma o programa do BCE afectou a situação operacional das instituições. Três instituições consideraram que o programa alargado do BCE contribuiu “positivamente para a melhoria da sua posição de liquidez”.
Mas de que forma os bancos utilizaram a liquidez adicional e para que fins será utilizada nos próximos seis meses? O impacto foi “reduzido nas condições de refinanciamento e concessão de crédito” nos últimos seis meses, ressalva o documento.
Recorde-se que o programa destinado a reanimar a economia da zona euro avançou em Março. No primeiro mês, a instituição liderada por Mario Draghi aplicou cerca de mil milhões de euros na compra de activos em Portugal.
Por sua vez, dois bancos reportaram que a maior liquidez proveniente do aumento dos depósitos das empresas e dos particulares contribuiu ligeiramente para a substituição de dívida vencida.
Alterações no próximo semestre
Para os próximos seis meses, a maioria das instituições inquiridas espera que a maior liquidez contribua ligeiramente para refinanciar a substituição de dívida vencida e para conceder empréstimos a empresas e a particulares para a habitação.
Mas apenas duas entidades estimam um efeito positivo na concessão de empréstimos dirigidos ao consumo e outros fins.
Relativamente à maior liquidez proveniente dos depósitos das empresas e particulares, algumas instituições financeiras antecipam uma contribuição ligeira para o aumento na concessão de empréstimos a empresas e particulares para aquisição de habitação.
