Mas não tenho saudades da violência com que o PCP, arrastando certa extrema esquerda, quis impor aqui uma chamada ‘democracia popular’ ou ‘ditadura do proletariado’ (em que o próprio proletariado, enquadrado por uma organização tão ou mais rígida do que o salazarismo, teria muito poucas oportunidades de se manifestar).
Limito-me a ter ficado satisfeito por este ano não ter sido preciso ser o Presidente da República a fazer umas comemorações, que os partidos esqueceram.
Mas lamento muito certo caminho que as coisas tomaram. E tenho saudades de ver partidos como o PS, o PSD e o CDS voltarem ao seu ADN inicial – marcado por Soares, Sá Carneiro e a saudosa dupla Freitas do Amaral – Amaro da Costa. E também saudades de tantos sonhos, alguns que chegaram a ser levados à prática (como uma total liberdade de imprensa, sem sequer auto-censuras prudentes).