Depois do atentado, o adolescente de origem turca, que vai cumprir oito meses de prisão efetiva, pretendia juntar-se ao EI na Síria.
Julgado por "participação num atentado terrorista", o acusado reconheceu os factos, no tribunal de Sankt-Polten, a 70 quilómetros a oeste de Viena.
Devido à idade do acusado, que já cumpriu cinco meses em detenção, a pena máxima era de cinco anos de prisão efetiva.
O adolescente terá entrado em contacto com representantes do EI em Viena e procurava fabricar uma bomba que iria fazer explodir em Westbahnhof, uma das principais estações ferroviárias da capital austríaca. Em seguida, queria partir para a Síria.
Durante o inquérito, as autoridades encontraram numerosas imagens extremamente violentas de propaganda do EI no computado, telefone e consola de jogos do adolescente.
O adolescente, de origem alevita, ramo do Islão xiita praticado sobretudo na Turquia, começou a aproximar-se do sunismo radical no início do ano passado.
Chegado à Áustria em 2007, o adolescente "cresceu sem pai" e foi colocado numa escola para crianças com grandes dificuldades, onde "as perspetivas profissionais são quase inexistentes", por isso "procurou ser reconhecido, pertencer a um grupo", disse o advogado de defesa Rudolf Mayer.
"Conseguem imaginar o poder de uma propaganda que diz aos jovens, cuja existência parece não ter sentido, 'podes fazer qualquer coisa boa e terás dinheiro e mulheres por isso'?, argumentou o advogado, que disse ter ficado satisfeito com a sentença do tribunal.
A avaliação psiquiátrica do adolescente estabeleceu que, apesar de "falta de maturidade", o acusado era penalmente responsável pelos atos.
Mais de 200 pessoas, incluindo mulheres e menores, viajaram da Áustria para a Síria e Iraque, de acordo com as autoridades. Cerca de 70 suspeitos regressaram ao país e vários aguardam julgamento.
Um tribunal de Viena julgava hoje, num outro caso, uma adolescente de 16 anos, acusada de pretender juntar-se ao EI na Síria.
Lusa/SOL