Blatter escapa quando americanos anunciam sua investigação

Sepp Blatter, o suíço que está há 40 anos na FIFA (17 como presidente, e outros 17 como secretário-geral) demitiu-se finalmente ontem. Ninguém pode garantir que foi por isso, mas existem coincidências, e o anúncio coincidiu com notícias, veiculadas já por jornais americanos, a indicarem que ele passara a ser o alvo principal de investigações…

Blatter não se deveria ter candidatado. E se o orgulho o levava a candidatar-se, por ter a eleição garantida com a teia de interesses por si urdida, ao menos devia demitir-se logo a seguir à eleição.

Mas não. Quando as investigações americanas se tornaram mais sérias (os americanos têm de vir sempre pôr o mundo em ordem), nos últimos dias, ele passou à defesa, e a defender uma limpeza que não fizera em 40 anos (como agora diz ir finalmente fazer, no tempo que ainda lhe resta). Mas logo a seguir à eleição, desatou a disparar contra investigadores e quem os apoiava – não deixando apenas o rabo de fora, mas ele inteiro de fora.

Nada me garante que tudo entre nos eixos só porque ele sai. Os tempos são de molde a renderem-se à corrupção e ao enriquecimento rápido (ainda agora estalou uma controvérsia em Inglaterra, onde a BBC2 se prepara para lançar um reality show de pobres – mineiros, sem abrigo, etc. – em vez de ricos). Nem me convenço muito de que Platini venha a ser o Salvador. Veremos.