"Bem, uma grande parte da dívida é aquilo que na terminologia legal se chama de "dívida odiosa", ou seja, uma dívida que não é da responsabilidade das populações. Trata-se de um conceito da lei internacional criado pelos EUA e que remonta há mais de um século. Quando os EUA conquistaram Cuba, em 1898, não queriam pagar a enorme dívida que Cuba tinha em relação a Espanha. Então os EUA determinaram que a dívida não tinha sido contraída pelo povo cubano, mas pelos ditadores, os colonizadores. Portanto, a dívida foi considerada ilegítima e não teria de ser paga. Este é um conceito que tem sido aplicado uma série de vezes. Se olharmos para as dívidas de países como a Grécia, Portugal e Espanha, são contraídas por banqueiros, governantes e elites. As populações não têm nada a ver com isso e portanto não existe qualquer razão para pagarem”.
Na ‘mouche’, não é? Portanto, o melhor é arrumá-lo no rótulo de esquerdista, e dizer-se por aí que fomos nós a viver acima das nossas possibilidades que obrigamos este Governo a ser mau e incompetente. E continuar a obrigar-se o povo a sofrer a tal austeridade, para pagar as dívidas dos outros, talvez a eles próprios.