Contratos de trabalho só iguais a recibos verdes

Os jornais anunciaram que especialistas (deduz-se que do chamado velho neo-liberalismo) consideram insuficientes condições do ‘despedimento conciliatório’, proposto pelo PS como forma de evitar os contratos a prazo ou os chamados falsos recibos verdes. Apesar da ideia de ‘contrato–único’, que tanto desmerece dos sindicatos.

Mas, a avaliar pelas posições vagamente assumidas por esses vagos especialistas, eles só ficarão satisfeitos, e só acharão eficaz, uma proposta em que os contratos individuais de trabalho sem termo sejam iguais, em condições, ao trabalho a prazo, ou aos falsos recibos verdes (mas com menos garantias para o trabalhador, sem quaisquer limites de despedimento, como tais contratos a prazo ainda têm). Talvez não seja ainda o caso da proposta de ‘contrato único’.

Por mim, prefiro virar-me para outro lado. E tentar impedir que a Organização Mundial do Comércio aceite em condições aduaneiras favoráveis, nos países de políticas sociais activas, as exportações que venham de Estados com regimes de escravatura. Talvez então os novos-ricos das elites de poder da China, encharcados do dinheiro espoliado aos seus trabalhadores, deixem de se mostrar tão críticos das políticas sociais do Ocidente. Quando o Ocidente as tinha, ou ainda as tem um bocadinho.