Já se viu que o Governo conseguiu arrastar quase toda a imprensa contra a greve dos pilotos da TAP. Efectivamente, a maioria da imprensa de hoje prefere o seguidismo pró-liberal (com os economistas que se acham iluminados, apesar de falharem constantemente, e preferem ignorar as suas falhas mas arvorarem-se em donos de uma verdade pseudo-única e pseudo-científica – tipo marxismo), ao seu papel de sempre de contra-poder.
Mas a perseguição a um sindicalista por ter liderado uma greve deve ser rigorosamente proibida em qualquer regime que se queira democrático. Se cai essa barreira, não sei o que valerá a pena ficar. Talvez seja altura de ir para a rua, lutar pelos direitos fundamentais.
Pode haver greves mais simpáticas do que outras para o grande público – embora por essência sejam sempre egoístas e a favor de interesses específicos de um grupo. Mesmo quando são de sectores que a maioria das pessoas considerem privilegiados, se cortamos por aí, cortamos o direito a todos. Assim como a democracia é o menos mau dos regimes maus (conhecidos), como dizia Churchill, a greve faz parte integrante dessa democracia, com as suas partes boas e más.
Para já, a Lei está do lado dos que a promovem, e condena os que procuram perseguir sindicalistas. Vamos ficar com a Lei, ou mudar de regime? Por mim, para já, prefiro a Lei – incluindo a Lei da Greve.