Aqui está uma coisa óbvia, que toda a gente diz, menos os economistas que defendem as actuais políticas europeias e nacionais como ‘únicas’ e ‘científicas’ (tipo Marx), acreditando que vale a pena apostar mesmo nas que empobrecem os povos, porque os países podem enriquecer com o empobrecimento desses povos, e o enriquecimento apenas de minorias.
Ora este mesmo FMI tem um economista que vem a Portugal com a troika, ‘sugerir’ (ou impor?) políticas, nomeadamente a tal ‘flexibilidade laboral’. Bem sei que se diz serem os economistas pouco preparados para tratarem da Economia (Salazar, por exemplo, não sendo exemplo para ninguém pela forma como deixou atrasada a economia nacional, só nomeava advogados especialistas em matérias económicas para tratarem da economia e das finanças públicas). Diz-se até, como gracinha muito realista, que o Boletim Meteorológico só foi implementado para haver quem errasse mais do que os economistas.
Pessoalmente, percebi que nem todos os economistas são maus. Há uns dispostos a perceberem o que corre bem e o que corre mal nas suas iniciativas e ideias. E a não distinguirem os países dos seus povos. O mais conhecido do momento, Piketty, que fascinou o mundo político oficial português durante uma conferencia recente na Gulbenkian, formado nos EUA e a exercer em França (apesar de disputado pelas Universidades americanas), ainda teve o bom humor de dizer numa entrevista não entender a importância que se está a dar hoje aos economistas, que toda a vida falharam as suas previsões e as políticas que tentavam implementar.
Talvez conviesse o FMI começar por dar formação aos economistas da Casa. E logo a seguir, se pudesse, aos cá de Casa (ou portugueses).