Listas de deputados: espectáculo deplorável

Nada é mais deplorável que estas guerras na constituição das listas de deputados. E nem quero falar naquelas em que se suspeita de trafulhices, a pontos de se processarem pessoas. Ou da vontade de correntes vencidas se imporem às ganhadoras (apesar de eu defender que os direitos das minorias são fundamentais em democracia).

Francamente, preferia não ser representado por gente desta, que amua e vai embora até conseguir posição melhor, etc. – enfim, os que pensam tanto em si próprios e no seu carreirismo que nunca terão tempo para o serviço público. Ainda por cima com os ‘compromissos éticos’ para assegurar a sua completa partidarização, exigidos pelo PS e PSD. Claro que quem assina esses compromissos, que vão ser todos os deputados, pelo menos desses 2 partidos, não nos representam em nada, mas apenas aos ditos partidos.

Também me parece peregrina a ideia de escolher para título da 1ª página de uma entrevista a Paula Teixeira da Cruz, como fez um jornal, a sua submissão completa a Passos Coelho. Quem esperaria vê-la menos submissa ao actual primeiro-ministro, depois de ter conseguido ser um dos piores membros do Governo, sem se ver afastada? A independência política também exige certas qualidades que não vislumbro nela.