Rajoy, que falava na apresentação das linhas gerais do Orçamento de Estado para 2016, disse que Espanha enfrenta riscos, mas que estes "não vêm da economia, mas sim da incerteza política".
"A primeira prova vem do desafio independentista e de rotura que o governo da Generalitat da Catalunha tem vindo a propor ao longo de toda a legislatura e que chegará ao seu auge nas eleições anunciadas, ou assim parece, para finais de setembro (27), que se pretende fazer passar por umas eleições plebiscitárias que não existem, nem no nosso ordenamento jurídico nem em qualquer outro do mundo", afirmou o presidente do Governo espanhol.
O Governo, disse Rajoy, vai fazer o que sempre fez: "velar pelo cumprimento da lei e, além disso, defendê-la ativamente".
"Não haverá eleições plebiscitárias porque assim o proíbe a lei. Haverá eleições para o parlamento da Catalunha, que é muito importante. Mas não haverá eleições plebiscitárias, como também não houve referendo, por muita propaganda que se tenha feito", salientou.
Rajoy sublinhou que o Governo central "vai defender também a unidade de Espanha, a soberania nacional e a igualdade entre os espanhóis".
O presidente do Governo disse que não vai "permitir que os cidadãos da Catalunha sejam privados da sua tripla condição: de catalães, espanhóis e europeus".
"Não queremos que fiquem fora de Espanha e, portanto, fora da Europa", alertou.
Por outro lado, Mariano Rajoy considerou um risco as ideias de partidos da oposição, em especial do Podemos, ainda que nunca se tenha referido especificamente ao partido de Pablo Iglesias.
"Outro assunto que pode pôr em risco o nosso futuro é a perda da confiança que tanto nos custou a recuperar. Recuperar o crédito foi um caminho longo e trabalhoso, mas perdê-lo pode ser fácil e muito rápido. Quando a única proposta politica que se ouve da oposição é a ameaça de liquidar todo o que realizamos, estamos a enviar uma péssima mensagem e está a gerar-se incerteza", disse.
E Rajoy deu exemplos: "quando se propõe uma política que nos conduziria ao défice descontrolado ou medidas restritivas da atividade económica ou subidas de impostos por razões puramente ideológicas".
Lusa/SOL